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IPC deve fechar 2017 em 2,17% e ter a menor taxa desde 1998, diz Fipe

Se a taxa for confirmada, será a mais baixa desde 1998, quando houve deflação de 1,79%

atualizado

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A inflação na capital paulista em novembro, que ficou mais baixa que o esperado, deve acelerar em dezembro, devendo fechar em 0,44%, estima o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas. A despeito da expectativa de aceleração em relação a novembro (0,29%), o IPC deve terminar este ano em 2,17%, na comparação com 6,54% de 2016. Se a taxa for confirmada, será a mais baixa desde 1998, quando houve deflação de 1,79%.

A alta de 0,29% do IPC ficou fora do intervalo das expectativas da pesquisa do Projeções Broadcast (de 0,30% a 0,39%, com mediana de 0,34%) e da própria Fipe, que esperava 0,32%.

“Por muito tempo, o grupo Alimentação foi o vilão da inflação e este ano tem dado um baita alívio. Além dos alimentos in natura, os industrializados têm ajudado a arrefecer bem o IPC, refletindo a crise. Em contrapartida, os preços administrados estão avançando”, avalia. A expectativa de Chagas é que esses preços continuem pressionando o IPC de dezembro, enquanto Alimentação volte para o campo positivo. A estimativa para o grupo é de alta de 0,16%.

Contrariando mais uma vez, o grupo de alimentos fechou novembro com queda de 0,68%, ante estimativa de recuo de 0,26% esperada pela Fipe. “De novo, foi uma surpresa positiva, sendo a principal delas verificada em industrializados, que têm peso forte no IPC, e cederam 0,64%”, afirma. “Com exceção de panificados (0,02%), condimentos e sopas (0,34%) e alimentos semiprontos e prontos (0,27%), todos os componentes de industrializados caíram”, completa.

No ano até novembro, o segmento de industrializados tem declínio de 1,39%, quase compensando a alta acumulada de 1,71% do IPC no período. “É uma queda importante para um subíndice que representa 9% do consumo doméstico”, afirma.

Já o grupo Alimentação, que pesa um quarto no consumo das famílias, acumula retração de 2,31% neste ano. Os alimentos in natura, que têm influência de 4,36%, também deram sua contribuição: caíram 1,98% em novembro e acumulam queda de 2,81% em 2017.

Em contrapartida, diz, o indicador de serviços administrados que integra, por exemplo, gastos com energia, telefonia, gás de botijão e água e esgoto, acumula 4,48% no ano até novembro. “O comportamento dos preços de energia elétrica conta uma boa parte dessa história, que de novo, pressionou o IPC em novembro de deve continuar em dezembro, refletindo a bandeira vermelha 2. Depois da segunda semana é que poderá captar o impacto da bandeira vermelha 1”, diz, ao referir-se à mudança de bandeira para vermelha 2, a que tem custo mais elevado, para a vermelha 1 este mês. “Estruturalmente, o setor de energia necessita de ter reajustes ainda maiores”, analisa.

Em novembro, energia elétrica ficou 2,13% mais cara, tendo contribuição de 0,08 na variação de 0,29% do IPC. No ano, energia acumula 5,46%. A taxa é considerada elevada, porém, é bem inferior ao acumulado de 20,12% apurado em gás de botijão no período, em reação à nova política de preços da Petrobras. A população com renda mais baixa, diz Chagas, é que acaba por sentir ainda mais o encarecimento.

Mas não parou por aí. A nova política de preços da estatal também deixou a gasolina mais elevada. De janeiro a novembro, acumulou 6,86% de variação positiva. Já o etanol teve queda de 2,29% no período. No mês, a gasolina ficou 3,53% mais cara, enquanto o álcool combustível, 5,58%.

Projeções
A expectativa da Fipe de 0,44% para o IPC de dezembro leva em consideração estimativas de 0,16% para Alimentação, depois de ceder 0,68% em novembro; elevação de 0,63% em Habitação (de 0,34%); aumento de 0,58% em Transportes (ante 0,89%); alta de 0,34% em Despesas Pessoais (ante 1,30%); 0,27% para Saúde (ante 0,42%); 0,23% para Vestuário (ante 0,38%); e 0,07% para Educação (ante 0,10%).

Especificamente no caso de Despesas Pessoais, Chagas explica que a alta de 1,30% em dezembro deveu-se ao encarecimento em gastos com viagens de 18,15%. Segundo ele, o setor tem tentado recompor as perdas com a crise que no acumulado do ano até outubro foram de cerca de 7%. Agora, diz, o item acumula elevação de cerca de 9% em 2017 até novembro.

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