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Inflação tem queda de 0,23%, primeira variação negativa desde 2006

A taxa é a menor desde 1998, quando se registrou baixa de 0,51%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

atualizado

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Toninho Tavares/Agência Brasília
inflação DF educação
1 de 1 inflação DF educação - Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou junho com baixa de 0,23%, ante uma variação de 0,31% em maio, informou nesta sexta-feira (7/7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa também é a menor desde 1998, quando se registrou queda de 0,51%.

A última variação negativa do índice ocorreu em junho de 2006, quando baixou 0,21%. A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 1,18%. No acumulado em 12 meses, o IPCA foi de 3%. Os técnicos do IBGE concedem entrevista coletiva na manhã desta sexta para comentar os resultados.

No Distrito Federal, o índice ficou em -0,22%, bem abaixo do registrado no mês anterior: 0,24%. A queda de 1,03% nas despesas com transporte, que inclui combustível, por exemplo, ajudou na deflação brasiliense. No ano, a inflação oficial da capital do país registra 1,23% e, no período de 12 meses, 4,05%.

As contas de luz ficaram 5,52% mais baratas em junho, maior impacto negativo sobre o IPCA. O item foi responsável por uma contribuição de -0,20 ponto porcentual para a deflação.

A queda na energia elétrica ocorreu a despeito do aumento na parcela do PIS/Cofins na maioria das regiões pesquisadas e dos reajustes de 5,84% nas tarifas de uma das empresas da região metropolitana de Porto Alegre, e de 7,09% em Curitiba, a partir de 19 e 24 de junho, respectivamente.

As contas de energia só não caíram em junho no Recife, porque, além do aumento do PIS/Cofins de 55,65%, houve reajuste de 8,87% na taxa de iluminação pública em 29 de abril, apropriada apenas agora ao cálculo do indicador.

A queda praticamente generalizada nas contas de luz foi decorrente da substituição em junho da bandeira vermelha pela verde, que elimina a cobrança extra de R$ 3 a cada 100 kWh consumidos. Além disso, houve redução de 6,03% nas tarifas da região metropolitana de Belo Horizonte.

Despesas
Os três principais grupos de despesas das famílias apresentaram quedas nos preços em junho. Houve recuo em Alimentação e bebidas (de -0,35% em maio para -0,5% em junho), Habitação (de 2,14% em maio para -0,77% em junho) e Transportes (de -0,42% para -0,52%). Juntos, os três grupos concentram cerca de 60% das despesas domésticas e foram responsáveis por -0,33 ponto porcentual na deflação de 0,23% registrada pelo IPCA do mês.

Foi registrada, ainda, queda em Artigos de residência, com -0,07% no mês. Na direção oposta, os aumentos foram registrados em Vestuário (0,21%), Saúde e cuidados pessoais (0,46%), Despesas Pessoais (0,33%), Educação (0,08%) e Comunicação (0,09%).

Combustíveis
Os preços dos combustíveis recuaram 2,84% em junho, uma contribuição de -0,14 ponto porcentual para a deflação de 0,23%.

“A gasolina, nesse mês de junho, teve duas reduções autorizadas pela Petrobras nas refinarias que se refletiram no IPCA. Além disso, tem a safra de açúcar, que também é muito grande, sendo comercializada em abundância, então o álcool está em queda”, lembrou a coordenadora de Índices de Preços do IBGE Eulina Nunes dos Santos.

O etanol influencia o preço da gasolina porque integra a mistura do combustível vendido nas bombas. Em junho, o litro da gasolina ficou 2,65% mais barato, enquanto o etanol recuou 4,66%. “Então além das reduções ao nível das refinarias, o álcool na mistura fez com que a gasolina tivesse queda. E tem também a questão da demanda menor”, acrescentou Eulina.

A taxa do grupo Transportes saiu de uma queda de 0,42% em maio para recuo de 0,52% em junho. As tarifas dos ônibus interestaduais também ajudaram no resultado, com redução de 1,94%, enquanto que as passagens aéreas tiveram aumento de 6,89%.

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