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Inflação sobe 0,52% em dezembro puxada pela alimentação. Carne é vilã

Com o resultado de dezembro, a inflação fechou o ano de 2024 com alta acumulada de 4,83% — acima do teto da meta, que era de 4,5%

atualizado

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Supermercado mercado inflação
1 de 1 Supermercado mercado inflação - Foto: Vinicius Schmidt/Metropoles

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, mostra que os preços de bens e produtos subiram 0,52% em dezembro. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (10/1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pontos em questão:

  • A inflação fechou em 4,83% — 0,33 ponto percentual acima do teto da meta;
  • A meta da inflação para 2024 era de 3%, tendo 1,5% como base e 4,5% como teto;
  • Mercado e BC apostaram no estouro da meta;
  • Desde o começo do terceiro mandato, o governo Lula não descumpriu a meta inflacionária, mas isso não deve se repetir em 2024;
  • Durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), o objetivo foi descumprido duas vezes: em 2021 e 2022.

O IPCA mostra avanço de 0,52% nos preços do mês passado — o que representa uma alta de 0,13 ponto percentual em comparação a novembro (0,39%). Com isso, o Brasil fechou o ano com inflação acumulada de 4,83% — 0,33 ponto percentual acima do teto da meta para 2024.

O resultado do mês passado ficou dentro do esperado por analistas do mercado financeiro. As previsões da Warren Investimentos e do relatório Focus eram de alta de 0,58% e 0,51%, respectivamente, em dezembro.

O resultado da inflação foi puxado principalmente pela alta no grupo Alimentação e Bebidas (1,18%). Em termos de impacto na inflação geral de dezembro, ele exerceu influência de 0,25 ponto percentual no índice geral.

O que é IPCA:

  • Refletindo o custo de vida e o poder de compra do cidadão brasileiro, o IPCA é calculado desde 1979 pelo IBGE.
  • O IPCA é considerado o termômetro oficial da inflação no país e é usado pelo Banco Central para ajustes na taxa de juros, a Selic.
  • Ele mede a variação mensal dos preços na cesta de vários produtos e serviços, comparando-os com o mês anterior. A diferença entre os dois itens da equação representa a inflação do mês observado.
  • O IPCA tem por meta pesquisar dados nas cidades, de forma a englobar 90% das pessoas que vivem em áreas urbanas no país.
  • O índice pesquisa preços de categorias como transporte, alimentação e bebidas, habitação, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação, comunicação, vestuário, artigos de residência, entre outros.

A inflação em dezembro de 2024

Confira o resultado, por grupos, do IPCA:

  • Alimentação e Bebidas: 1,18%;
  • Vestuário: 1,14%;
  • Transportes: 0,67%;
  • Artigos de Residência: 0,65%;
  • Despesas Pessoais: 0,62%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,38%;
  • Comunicação: 0,37%;
  • Educação: 0,11%;
  • Habitação: -0,56%.

Veja o impacto, por grupos, na inflação em dezembro:

  • Alimentação e Bebidas: 0,25 ponto percentual;
  • Transportes: 0,14 ponto percentual;
  • Despesas Pessoais: 0,06 ponto percentual;
  • Saúde e Cuidados Pessoais: 0,05 ponto percentual;
  • Vestuário: 0,05 ponto percentual;
  • Artigos de Residência: 0,02 ponto percentual;
  • Comunicação: 0,02 ponto percentual;
  • Educação: 0,01 ponto percentual;
  • Habitação: -0,08 ponto percentual.

Carne é a “vilã” do mês

No grupo Alimentação e bebidas, foram observados aumentos de 5,26% nos preços das carnes em dezembro. O destaque vai para os seguintes cortes:

  • Costela (6,15%);
  • Alcatra (5,74%); e
  • Contrafilé (5,49%).

Segundo o IBGE, os subitens contrafilé, alcatra, refeição, óleo de soja e costela pressionaram para a alta do grupo Alimentação e bebidas, com impacto de 0,03 ponto percentual cada.

Também registraram preços mais elevados em novembro o óleo de soja (5,12%) e o café moído (4,99%). Enquanto limão (-29,82%), batata-inglesa (-18,69%) e leite longa vida (-2,53%) tiveram queda nos preços.

Em dezembro, a alimentação no domicílio acelerou 1,17% em comparação a novembro. Enquanto a alimentação fora do domicílio (1,19%) registrou variação superior à do mês anterior (0,88%). O subitem refeição subiu 1,42% em dezembro, já o lanche teve alta de 0,96%.

Transporte por apps e passagens aéreas mais caros

O resultado do grupo Transportes (0,67%) teve influência, principalmente, pelo aumento de 20,70% nos preços do transporte por aplicativo e de 4,54% nos preços das passagens aéreas em dezembro.

No caso dos combustíveis, que aumentaram 0,70% no mês passado, com as seguintes variações: etanol (1,92%), óleo diesel (0,97%), gasolina (0,54%) e gás veicular (0,49%).

O subitem ônibus urbano caiu -0,65%, após a gratuidade nas tarifas em 25 de dezembro, feriado de Natal, em São Paulo (-3,45%).

Habitação em queda

A única registrada em dezembro veio do grupo Habitação (-0,56%). O resultado foi impactado pelo recuo da energia elétrica residencial, que caiu 3,19% com o retorno da vigência da bandeira tarifária verde — sem cobrança adicional nas contas.

Segundo o IBGE, a alta da taxa de água e esgoto (0,70%) foi influenciada pelo reajuste de 9,83% no Rio de Janeiro (9,15%), a partir de 1º de dezembro.

No subitem gás encanado (-0,01%), a queda reflete a redução de 0,51% nas tarifas no Rio de Janeiro (-0,03%), com vigência a partir de 1º de novembro. No grupo, houve também alguns aumentos. O subitem Aluguel e taxas subiu 0,41% e o item Aluguéis residenciais 0,38%.

INPC tem alta de 0,48% em dezembro

A inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,48% em dezembro — 0,15 ponto percentual abaixo do resultado observado em novembro (0,33%).

Em 2024, o INPC acumula alta de 4,77%, puxado, principalmente, pelo grupo Alimentação e Bebidas, que acumulou alta de 7,60% em 12 meses, gerando um impacto de 1,83 ponto percentual sobre o INPC do ano passado.

O INPC é um indicador que mede a variação média dos preços de um conjunto específico de produtos e serviços consumidos pelas famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos mensais. O índice serve de referência para o reajuste do salário mínimo e de benefícios sociais.

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