Inflação recua 1,19%, puxada pelo setor de transportes, diz FGV
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (1º/8). Queda foi impulsionada pela redução no preço do combustíveis
atualizado
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A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) recuou 1,19% nas últimas quatro semanas, conforme relatório da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgado nesta segunda-feira (1º/8). A taxa apresentou um aumento de 8% nos últimos 12 meses.
O índice avalia oito classes de despesa: alimentação; habitação; vestuário; saúde e cuidados pessoais; educação; leitura e recreação; transportes; despesas diversas; e comunicação. Durante o período, cinco delas registraram decréscimo nas taxas de variação.
O setor que mais influenciou no índice foi o de transportes, cuja taxa de variação passou de -2,88% para -4,81%. Isso representa uma queda de quase 2 pontos percentuais.
Nesta classe de despesa, cabe ressaltar o comportamento do item gasolina, cujo preço variou -14,24%, ante -8,61% na edição anterior do IPC-S.
Também registraram decréscimo em suas taxas de variação os grupos:
- Educação, Leitura e Recreação (-1,31% para -4,06%);
- Habitação (-0,37% para -0,70%);
- Alimentação (1,50% para 1,34%); e
- Vestuário (0,59% para 0,47%)
Em contrapartida, outros grupos apresentaram avanço o preço. São eles: Saúde e Cuidados Pessoais (0,25% para 0,45%), Comunicação (-0,18% para -0,09%) e Despesas Diversas (0,28% para 0,30%).
Previsão de mercado
Os índices negativos a curto prazo eram esperados pelo mercado. Segundo o pesquisador da FGV Matheus Peçanha, apesar de o mundo estar enfrentando uma inflação global, a economia brasileira está tendendo à normalização. Uma queda deveria consolidar esse processo de desaceleração dos níveis inflacionários.
Dentre os itens que tiveram mais notável impacto no índice, e que podem fazer a diferença ou acentuar ainda mais a inflação, destacam-se, nos alimentos, o setor de hortifruti de um lado e o leite e derivados de outro; os combustíveis; e a alimentação fora de domicílio — como registrado na pesquisa para o mês de julho.
A redução dos preços dos combustíveis com a limitação da tributação do ICMS pelos estados; bem como a queda das commodities, dentre elas o petróleo, puxaram a desaceleração da inflação.
Com a redução do preço, o impacto seria geral. Em junho, por exemplo, apenas o grupo de transportes, onde se encaixam os combustíveis, correspondeu por 0,13 pontos percentuais dos 0,67% de inflação do IPCA.
Nota-se que os combustíveis já apontavam queda de 1,2% em junho nesse indicador. Gasolina caiu 0,72% e etanol 6,41%, mas o diesel subiu 3,82%. No IGP-10 de julho, a gasolina caiu dos 0,24% de alta no mês anterior para -1,49%. Quanto ao etanol, a queda de 2,47% em junho se acentua em redução de 7,57%. O diesel permanece na contramão, com aumento de 10,91% nos preços ao produtor.