“Inflação do aluguel” deve fechar o ano no menor valor desde 2014
O IGP-M, índice de inflação que corrige contratos de alugueis, recuou 0,56% em novembro e deve fechar o ano no menor nível desde 2014
atualizado
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O Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) caminha para encerrar 2022 com a menor variação dos últimos oito anos. O indicador, conhecido por ser a “inflação do aluguel”, acumulou alta de 4,98% até novembro.
A última vez em que o IGP-M ficou abaixo de 5% foi em 2014, quando encerrou o ano em 3,69%. Considerando os resultados mais recentes, o indicador está ligeiramente abaixo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que tem alta de 5,3% no ano.
Enquanto o IGP-M reflete a inflação do “varejo”, uma vez que é composto por índices de preços ao produtor, o IPCA acompanha mais de perto os custos de produtos e serviços ao consumidor.
O IGP-M é utilizado na correção de contratos de locação e na correção do saldo devedor de imóveis comprados na planta, apesar de não ser um reflexo direto do custo de vida dos brasileiros.
Em maio passado, o índice alcançou uma variação de 37%, em razão da disparada do dólar e de produtos básicos, como combustíveis e grãos. Na época, muitos inquilinos foram obrigados a deixar seus imóveis, e proprietários de imóveis na planta distrataram seus bens, por não conseguir arcar com os elevados reajustes.
Vale a pena trocar o IGP-M pelo IPCA?
Diante da disparada do IGP-M, imobiliárias e plataformas de locação, como o QuintoAndar, disponibilizaram a opção de os contratos de locação serem corrigidos pelo IPCA. Para acontecer, a mudança do indexador deveria ser aprovada pelo proprietário e pelo inquilino.
De acordo com a plataforma, que é a maior de locação e venda do mercado brasileiro, mais de um terço dos locatários decidiu trocar o IGP-M pelo IPCA desde 2020.
Embora os índices de inflação acumulem variações parecidas, o IGP-M registrou deflação nos últimos quatro meses, o que representou um recuo de 3% desde julho.
Enquanto isso, o IPCA teve uma janela menor de resultados negativos. A inflação ao consumidor ficou no vermelho entre julho e setembro, mas voltou a subir em outubro. A variação acumulada no período foi de 0,75%. Isso significa que, ao menos nos últimos meses, a troca do IGP-M pelo IPCA não foi tão vantajosa para quem é inquilino.