Inflação desacelera em abril, mas continua acima do teto da meta
IPCA subiu para 6,76% no acumulado em 12 meses — maior taxa desde novembro de 2016. Carne e combustível têm alta de mais de 35% em um ano
atualizado
Compartilhar notícia
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,31% em abril, abaixo da taxa de 0,93% registrada em março.
As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (11/5).
Apesar de ter perdido força, no acumulado em 12 meses o IPCA subiu para 6,76%, chegando ao nível mais alto desde novembro de 2016, quando ficou em 6,99%. Ou seja, permanece acima do teto da meta do governo para a inflação no ano.
O centro da meta estabelecido pelo Ministério da Economia é de 3,75%, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.
Produtos farmacêuticos
A principal pressão em abril, segundo o IBGE, veio da alta nos preços dos produtos farmacêuticos, com alta de 2,69% e impacto de 0,09 ponto percentual no IPCA de abril.
Já nos alimentos, os principais impactos em abril partiram das proteínas, em especial carnes (1,01%), leite longa vida (2,40%), frango em pedaços (1,95%). Em 12 meses, as carnes acumulam alta de 35%.
No lado das quedas, as frutas (-5,21%) foram o principal destaque. Já a alimentação fora do domicílio desacelerou (-0,23%), após subir 0,89% no mês anterior.
Apenas o grupo transportes (-0,08%) registrou queda de preços em abril, favorecido pela deflação nos combustíveis (-0,94%).
Após 10 meses consecutivos de alta, a gasolina recuou 0,44% em abril. Mas a queda mais intensa no grupo veio do etanol (-4,93%). Em 12 meses, gasolina e etanol ainda acumulam avanço de 35,57% e 37,61%, respectivamente.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta de preços em abril. O maior avanço foi em Saúde e cuidados pessoais que chegou a 1,19% (veja todos os resultados abaixo).
Resultado de produtos e serviços em abril:
- Alimentação e bebidas: 0,40%
- Habitação: 0,22%
- Artigos de residência: 0,57%
- Vestuário: 0,47%
- Transportes: -0,08%
- Saúde e cuidados pessoais: 1,19%
- Despesas pessoais: 0,01%
- Educação: 0,04%
- Comunicação: 0,08%