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Inflação das classes D e E em junho foi maior que a geral

Em junho, o IPC-C1 indicou alta de 0,09 ponto percentual sobre o IPC-DI, após ter estado abaixo desse indicador por dois meses

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Vitória (ES) - Supermercados lotados e com filas nos caixas e na entrada funcionam em horário reduzido. (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
1 de 1 Vitória (ES) - Supermercados lotados e com filas nos caixas e na entrada funcionam em horário reduzido. (Tânia Rêgo/Agência Brasil) - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Índice de Preços ao Consumidor relativo às famílias de renda entre 1 e 2,5 salários mínimos (IPC-C1) registrou alta de 0,76% em junho. Esse valor é maior que o 0,67% registrado no mês pelo indicador mais amplo, o IPC-DI.

É a primeira liderança da alta de preços em específico para as classes D e E frente aos preços gerais ao consumidor, após dois meses abaixo do geral. Os dados são do Portal da Inflação, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), ligado à FGV.

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Em outras palavras, se há  aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda
Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles
No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras
De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas
No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda
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Inflação é o termo da economia utilizado para indicar o aumento generalizado ou contínuo dos preços de produtos ou serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda de um país

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Em outras palavras, se há aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda

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Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles

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No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras

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De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas

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No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda

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No bolso do consumidor, a inflação é sentida de formas diferentes, já que ela não costuma agir de maneira uniforme e alguns serviços aumentam bem mais do que outros

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Isso pode ser explicado pela forma de consumo dos brasileiros. Famílias que possuem uma renda menor são afetadas, principalmente, por aumento no preço de transporte e alimento. Por outro lado, alterações nas áreas de educação e vestuário são mais sentidas por famílias mais ricas

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Ao contrário do que parece, a inflação não é de todo mal. Quando controlada, é sinal de que a economia está bem e crescendo da forma esperada. No Brasil, por exemplo, temos uma meta anual de inflação para garantir que os preços fiquem controlados. O que não pode deixar, na verdade, é chegar na hiperinflação - quando o controle de todos os preços é perdido

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Os patamares dos indicadores dos preços ao consumidor e, em específico, para as classes D e E encontrados em junho não foram os maiores no ano. Em março, o IPC-C1 chegou a 1,43%, maior patamar no ano até o momento. No mesmo mês, o IPC-DI marcava 1,35%%.

No mês seguinte, o cenário se inverteu e os preços para as classes mais pobres ficaram abaixo do indicador geral, mas com ligeira distância: a inflação no índice geral baixou a 1,08% em abril e o IPC-C1 desacelerou para 1,03%. Em maio, a distância se acentuou e o IPC-DI chegou a 0,5%, enquanto o IPC-C1 estava em 0,26%.

No indicador mais amplo, em maio o valor ainda era maior que o específico das rendas mais baixas, distância de 0,09 ponto percentual, mas em junho a inflação esse grupo voltou a superar o IPC-DI. A inflação das famílias mais pobres acumulou 10,26% em 12 meses em junho.

Preço dos alimentos

Matheus Peçanha, economista e pesquisador do Ibre, aponta que a inflação das classes mais baixas depende intimamente dos preços dos alimentos.

“Enfrentamos, no Brasil, problemas climáticos, como a seca no Sul e Centro-Oeste entre o fim de 2021 e início de 2022, e depois chuvas torrenciais, que afetaram a produção”, apontou o especialista.

Paralelo a isso, segundo ele, fatores externos que afetam a oferta influenciaram nos preços e na inflação no Brasil. Exemplo foia a guerra na Ucrânia, que ameaçou os preços de commodities como o trigo. “Dessa forma, o grupo das classes D e E sentiram mais o impacto e subiram acima do índice geral”, continuou Peçanha.

Posteriormente, o geral superou o IPC-C1 porque a inflação se “democratizou”, conforme explicou o economista. Avanços do preço do câmbio e preços de combustíveis, que têm mais peso para as classes mais altas, inflaram de forma mais ampla os preços ao consumidor. “Custos, de uma maneira geral, estão muito pressionados há algum tempo”, afirma

Peçanha aponta que essa variação entre a inflação dos preços ao consumidor mais pobre e a inflação ao consumidor geral não é fora do aceitável ou do esperado. “Esses indicadores têm a mesma coleta de preços, mas com ponderação diferente dos itens. Assim, eles devem dar números com uma pequena variação. Geralmente, quando o IPC-C1 está mais alto, é porque a inflação se concentrou nos grupos Alimentação e Habitação (alimentação principalmente). Quando quando os grupos Transporte, Saúde e Educação estão mais acelerados, o inverso acontece”, explica

Índice geral de Preços – junho

O IGP-DI, medido entre o primeiro e o último dia do mês em questão, variou em junho 0,62%. Em maio, o aumento havia sido de 0,69% e, portanto, indica desaceleração. No ano, a alta dos preços já acumula 7,84% e 11,12% em 12 meses. Em junho de 2021, a alta havia sido menor, de 0,11%

Destaques que impulsionaram essa alta no mês foram o salto do preço do leite industrializado para o produtor (foi de 4,89% para 16,3% entre maio e junho) e o aumento do óleo diesel (6,38% para 8,77%). Mas teve freio pelo preço do leite in natura (desacelerou de 7,85% para 3,55%).

Para o consumidor, o leite também encareceu entre maio e junho. O longa vida aumentou 9,9% em junho frente aos 5,17% em maio. Passagens aéreas demonstram arrefecimento. Sobem 9,43% no mês, após a alta de 16,33% em maio.

Sobre itens que puxaram para baixo o IGP-DI, os adubos e fertilizantes, para o produtor, caem 4,69%, após a alta de 5,03% no mês anterior. Para o consumidor, o etanol caiu de +3,09% para -6,79% entre maio e junho. Outro destaque é a queda da cenoura, que já registrava queda de 29,98% em maio e em junho continuou a descida com encolhimento dos preços em 27,29%

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