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Índice de liquidez passa de 2,36 em dezembro para 2,19 em junho

Esse indicador é usado para avaliar a capacidade de pagamento de instituições financeiras em relação a suas obrigações

atualizado

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O Índice de Liquidez (IL) do Sistema Financeiro Nacional (SFN) passou de 2,36 em dezembro de 2016 para 2,19 em junho deste ano, de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira (REF), divulgado nesta terça-feira (17/10) pelo Banco Central. Em junho de 2016, o IL estava em 2,10.

Esse indicador é usado para avaliar a capacidade de pagamento de instituições financeiras em relação a suas obrigações. Ele representa a relação entre os ativos mais líquidos do sistema bancário e a honra de seus compromissos em um prazo de 30 dias. Quanto maior o número, mais confortável é a situação de liquidez dos bancos. Apesar da redução do IL, o documento considera que as instituições bancárias vêm mantendo colchões de liquidez suficientes para suportar cenários de estresse.

“Por um lado, a leve redução das captações no semestre, anteriormente mencionada, contribuiu para pequena redução no estoque nominal de ativos líquidos. Por outro, os desembolsos projetados de caixa em cenário de estresse sofreram leve aumento nas estimativas de saídas de depósitos, ainda ligadas à migração de uma parcela do estoque de compromissadas com títulos de emissão própria para fundos e outros possíveis ativos fora do sistema bancário”, explicou o BC.

Já o Índice de Liquidez Estrutural (ILE) passou de 1,07 em dezembro do ano passado para 1,11 em junho de 2017. No primeiro semestre de 2016, ele estava em 1,06. O desejável é ter um índice perto ou acima de 1, já que esse termômetro serve para verificar quanto as instituições possuem de recursos estáveis em seus passivos para fazer frente a um ativo de mais longo prazo, seja ele crédito, investimento ou participação societária, entre outros.

No REF divulgado nesta terça, o Banco Central informou que, mesmo com a leve redução no volume de captações observado no primeiro semestre, o alongamento interno da estrutura de vencimentos indica uma tendência de melhoria no nível do risco de liquidez também para um horizonte acima de trinta dias.

“Por outro lado, analisando-se os ativos, o movimento foi de continuidade do cenário de condições mais restritivas do crédito e de encurtamento do prazo residual dos estoques de crédito”, completa o relatório.

Riscos globais
O Banco Central disse que os riscos globais que poderiam afetar a estabilidade financeira no Brasil não se cristalizaram.

“No semestre anterior, havia preocupação com a possibilidade de o Federal Reserve Fed acelerar o ritmo de altas das taxas de juros de curto prazo, com reflexos negativos no financiamento para países emergentes (Pes).

Essa percepção de risco reduziu-se com a manutenção de inflação baixa nos países avançados e após o anúncio de regras para a redução gradual do balanço do Fed.”

Lava Jato
O Banco Central disse também que o risco para o SFN, trazido por empresas citadas na Lava Jato, permanece limitado.

“No REF de outubro de 2015, o BC publicou uma metodologia construída para estimar riscos e potenciais impactos, sobre o SFN, provenientes de default de empresas do setor real da economia. Essa metodologia foi utilizada para analisar a resistência do SFN a possíveis impactos de default das empresas citadas no âmbito da Operação Lava Jato”, disse o BC. “Desde então, o BC tem atualizado a análise simulando contágio com base em cenários diversos. Os resultados sugerem que não houve alterações relevantes, e o risco para a estabilidade financeira permanece limitado.”

De acordo com o BC, nenhuma instituição financeira ficaria insolvente, “mesmo em estimativas com premissas extremamente conservadoras, como o default de todas as empresas integrantes dos grupos econômicos selecionados e de todas as empresas e grupos econômicos identificados pela metodologia como fazendo parte da rede de conexões desses grupos, incluindo seus funcionários.”

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