Impasse na Previdência e briga entre Poderes fazem dólar chegar a R$ 4
A moeda americana atingiu o maior patamar nos últimos seis meses na abertura do mercado, nesta quinta-feira (28/3)
atualizado
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Depois do rali de quarta-feira (27/3), motivado sobretudo pela desconfiança do mercado sobre o futuro da reforma da Previdência, o dólar à vista iniciou esta quinta (28) superando os R$ 4 nos primeiros segundos de negociação. Desde outubro do ano passado, o real não se desvalorizava tanto.l
A última vez em que o dólar superou esse patamar foi em 1º de outubro, quando o mercado ainda estava suscetível à incerteza de quem venceria o primeiro turno das eleições.
Na máxima do dia, o dólar à vista marcou R$ 4,0171, alta de 1,59%. Às 9h06, a moeda subia 1,03% aos R$ 3,9931. A divisa dos EUA subia frente a maioria das moedas emergentes. O Dollar Index (DXY) subia 0,33% aos 97,096 pontos.
Banco Central
Após o dólar à vista ter subido mais de 2% ante o real na sessão de quarta, o Banco Central convocou para esta quinta um leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) de US$ 1 bilhão. Os recursos representam “dinheiro novo” no mercado, já que não estão vinculados à rolagem de nenhum vencimento. A operação é a primeira do tipo desde que o economista Roberto Campos Neto assumiu o BC.
Profissional da mesa de câmbio de um grande banco ouvido pela reportagem lembrou que, em momentos de estresse, como os ocorridos em 2018 em função da campanha eleitoral, o BC de Ilan Goldfajn optou principalmente por operações de swap (operação que equivale a uma venda de moeda no mercado futuro).
Os leilões de linha também foram utilizados por Goldfajn em algumas ocasiões, como na greve dos caminhoneiros e na campanha eleitoral do ano passado, e também houve as tradicionais operações no fim do ano, para suprir liquidez (falta de dólares) a empresas e fundos.