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IBGE: 2,7% das famílias ficam com um quinto da renda gerada no país

Levantamento sobre orçamento doméstico mostra que um quarto das famílias compartilha apenas 5,5% de toda a massa de rendimentos

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O Brasil tem rendimento médio mensal de R$ 5.088,70 por família. Somada a variação patrimonial, o valor sobe a R$ 5.426,70. No entanto, os recursos permanecem concentrados em uma pequena fatia da população.

Uma minoria de 2,7% de famílias brasileiras detém nada menos do que um quinto de toda a massa de renda gerada no Brasil, segundo os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por outro lado, a faixa mais pobre, que somava um quarto de todas as famílias brasileiras, compartilhava apenas 5,5% de toda a massa de rendimentos e variação patrimonial do país.

Cerca de 44,8 milhões de pessoas distribuídas em 16,5 milhões de famílias viviam com até R$ 1.908,00 mensais, o equivalente a dois salários mínimos no período de referência da pesquisa. Essas pessoas que integravam a faixa de renda mais baixa representavam 23,9% das famílias brasileiras, mas contribuíam com apenas R$ 297,18 para a renda média mensal auferida pelos brasileiros.

A faixa mais rica, que recebe mais de 25 salários mínimos mensais (acima de R$ 23.850,00), contribuiu com R$ 1.080,26 para o rendimento médio familiar médio do país, uma fatia de 19,9% da massa de renda total.

A pesquisa também mostrou a desigualdade de renda entre as áreas urbanas e rurais. As famílias em áreas urbanas tinham rendimento total médio e variação patrimonial de R$ 5.806,24, as de áreas rurais alcançavam pouco mais da metade disso, 52,3%, com renda média mensal de R$3.050,49.

A pesquisa capta os rendimentos monetários (captados no mercado de trabalho, nas transferências governamentais e intrafamiliares e associados ao patrimônio, como aluguéis de imóveis, por exemplo), os rendimentos não monetários (imputados a doações e presentes recebidos pela família ou elementos provenientes de fabricação própria, como o cultivo de alimentos) e as variações no patrimônio (como saques da poupança, recebimento de herança e vendas de imóveis).

O peso das pensões e aposentadorias
Quanto mais pobre a família, mais dependentes de transferências de renda e de aquisições não monetárias, ou seja, doações ou consumo de bens e serviços gratuitos, sem a existência de pagamento, como alimentos produzidos para o próprio consumo.

Os rendimentos não monetários e as transferências representaram quase 60% dos valores recebidos pelas famílias de menor renda no país, segundo o IBGE.

Na faixa de renda familiar mensal de até dois salários mínimos, apenas 41% dos recursos vinham do rendimento de trabalho. Outros 28,8% eram originários das transferências (15,8% de aposentadorias e pensões do INSS e 7,7% de programas sociais federais, como o Bolsa Família); 28,2% eram recursos não monetários; 0,3%, de aluguéis; 0,6%, de outras rendas; e 1,1% se referia à variação patrimonial.

No outro extremo da faixa de renda, entre as famílias que recebiam mais de 25 salários mínimos mensais, 60% dos recursos vinham do rendimento de trabalho; 12,8% das transferências; 3,7% dos aluguéis; 0,2% de outras rendas; 7,9% eram não monetários; e 15,3% eram referentes à variação patrimonial (como saques da poupança, recebimento de herança e vendas de imóveis).

O valor médio recebido pelas famílias, relativo ao rendimento mensal e à variação patrimonial, foi de R$ 5.426,70 em 2018. A maior participação era do rendimento de trabalho (R$ 3.118,66), o equivalente a 57,5% do total.

A segunda maior participação era das transferências (19,5%), sendo 55% proveniente das aposentadorias e pensões do INSS e apenas 5,4% dos programas sociais federais. Outros 14,5% do que as famílias recebiam foi era monetário, foram as aquisições sem necessidade de pagamento.

Nas áreas urbanas, o rendimento de trabalho correspondia a 58,4% do valor recebido, as transferências representavam 19%, e os rendimentos não monetários eram 14,2%. Nas áreas rurais, o rendimento de trabalho correspondia a uma fatia de 46,8% do total recebido, as transferências somavam 25,3%, e os rendimentos não monetários significavam 18,3%.

O maior valor médio recebido pelas famílias foi o da região Centro-Oeste (R$ 6.772,86), correspondente a 124,8% da média nacional e, no Sudeste (R$ 6.391,29), equivalente a 117,8%.

No Nordeste (R$ 3.557,98) e Norte (R$ 3.647,70), os valores corresponderam a 65,6% e 67,2% da média nacional, respectivamente.

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