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“Temos de corrigir essa escorregada que o dólar deu”, diz Haddad

Ministro Fernando Haddad disse que não há um patamar para o dólar, após recordes históricos, com moeda ultrapassando R$ 6

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1 de 1 Haddad - Governo detalha medidas de corte de gastos0 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (19/12) que não há um patamar ideal para o dólar, após recordes históricos, com a moeda ultrapassando a marca dos R$ 6 e fechando acima desse nível por dias seguidos. Ele, porém, afirmou que é preciso “corrigir” a “escorregada” que a moeda deu.

“Nós temos de corrigir essa escorregada que o dólar deu aqui [no Brasil] não no sentido de buscar o nível de dólar, não no sentido de mirar uma meta, não é nesse sentido que eu penso que nós deveríamos atuar”, afirmou Haddad em café da manhã com jornalistas, na sede da pasta, em Brasília.

Para o ministro, o Banco Central (BC) deve promover correções “sempre que houver uma disfuncionalidade por incerteza, insegurança, seja lá o que for que gere uma disfuncionalidade no mercado de câmbio e no mercado de juros”.

“Não vou cometer o equívoco de dizer qual é a meta de câmbio que o Banco Central tem que mirar”, destacou Haddad, ao ser questionado se o dólar deveria retornar para a casa de R$ 5.

“Ele (BC) tem hoje uma meta contínua e ele tem de estabelecer um calendário para trazer a inflação para a meta no espaço de tempo que seja adequado para a política monetária funcionar”, prosseguiu. Em seguida, Haddad explicou que a autoridade monetária, como já indicou, vai manter a taxa de juros restritiva até que a inflação retorne ao intervalo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

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Haddad reconheceu que houve um problema de comunicação no fim do ano que fez a valorização do dólar ficar mais forte no Brasil em relação aos pares e defendeu uma “correção” dessa comunicação. Ele também citou o fortalecimento da moeda norte-americana no mundo inteiro.

O ministro espera que, após atuação do BC e do Tesouro Nacional e com maior clareza em torno das medidas de revisão de gastos, a tensão se atenue, e as coisas voltem à normalidade. Ele pontuou, porém, citando a posse de Donald Trump nos Estados Unidos em janeiro de 2025, que o cenário externo “continua desafiador”.

Dólar hoje

A moeda abriu em baixa nesta sexta-feira. Às 9h05, registrava queda de 0,53%, cotada a R$ 6,08 (a mínima chegou a R$ 6,05). Há expectativa de estabilidade da divisa nesta manhã.

Isso porque o Banco Central anunciou que fará novos leilões no mercado. Essas intervenções foram fundamentais para conter a alta da moeda norte-americana na quinta-feira (19/12), quando ela recuou 2,32%, a R$ 6,12, no fim do pregão, depois de ter atingido R$ 6,30.

Às 9h15, logo na abertura do mercado, o BC vai oferecer US$ 3 bilhões à vista. Na sequência, realizar dois leilões de linha – no qual há oferta de dólares com compromisso de recompra da moeda – no valor total de US$ 4 bilhões.

O BC informou que também fará dois leilões de linha, no valor total de US$ 4 bilhões. Nessa modalidade, os dólares são vendidos, mas com o compromisso de recompra por parte do Banco Central em um prazo determinado. Por isso, ela tem menor impacto na cotação da moeda.

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