Haddad segue a linha “que levou ao fracasso de Dilma”, diz economista
“Pelo conjunto da obra da transição, esse será um governo bastante heterodoxo”, diz Benito Salomão, economista-chefe da Gladius Research
atualizado
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Anunciado como próximo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) transmite ao mercado uma imagem que traz à memória o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A avaliação é de Benito Salomão, economista-chefe da Gladius Research, em entrevista ao Metrópoles.
“Pelo conjunto da obra da transição, me parece que esse será um governo bastante heterodoxo, pelo menos do ponto de vista da gestão macroeconômica. Será um governo um pouco hostil aos fundamentos macroeconômicos básicos de responsabilidade fiscal. Isso me preocupa”, afirma Salomão.
“O Haddad incorpora essa visão de mundo que acabou levando ao fracasso do governo Dilma. É preciso acompanhar os próximos passos da transição, precisa dar um espaço para ele mostrar serviço. Mas ele já começa com essa carga de ser um petista muito identificado com aquela visão de mundo mais à esquerda”, diz o economista.
Questionado se o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderia indicar um nome mais alinhado ao mercado para assumir o Ministério do Planejamento – pasta que será recriada com o desmembramento do Ministério da Economia –, Salomão diz não acreditar que a medida sirva como contraponto ao perfil de Haddad.
“O chefe da equipe econômica é o ministro da Fazenda. O Ministério do Planejamento tem uma função mais subordinada”, diz o economista. “Pode ser um nome do mercado para o Planejamento, mas também pode ser alguém que já está na equipe de transição, como o Nelson Barbosa, por exemplo.”