Haddad alfineta Banco Central: “Começou a cortar juros a contragosto”
Ministro Haddad fez referência ao ciclo de cortes de juros iniciado em meados do ano passado pelo Banco Central e já interrompido
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alfinetou o Banco Central (BC) nesta quarta-feira (16/10), ao dizer que a autoridade monetária começou a cortar os juros no ano passado “a contragosto”.
Em agosto de 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começou o ciclo de cortes da taxa básica de juros do país, a Selic. Já em meados deste ano, o ciclo foi interrompido e, em setembro, o colegiado decidiu, por unanimidade, elevar a Selic para 10,75% ao ano, um aumento de 0,25 ponto percentual (p.p.)
Haddad comentava o programa de revisão de gastos públicos que está em formatação quando fez a declaração sobre o BC.
“Vai acontecer exatamente como aconteceu no ano passado. No ano passado ficou aquela coisa, até a gente lançar o arcabouço fiscal, quando a gente lançou o dólar caiu, o juro caiu, até o Banco Central começou a baixar o juro a contragosto, mas baixou. E é assim que vai acontecer”, afirmou. O arcabouço fiscal é a nova regra de controle dos gastos públicos, apresentada pelo governo em março de 2023.
Veja:
Agentes do mercado financeiro e a classe política têm cobrado do governo a apresentação das medidas de corte de gastos.
As medidas são formuladas por Haddad e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e ainda precisam ser aprovadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ideia é apresentar as propostas logo após o segundo turno das Eleições Municipais de 2024, que ocorre em 27 de outubro. Os dois ministros estiveram reunidos nessa terça-feira (15/10) para tratar do tema.
Além da limitação dos supersalários no serviço público, o governo Lula também estuda promover mudanças na multa do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e no seguro-desemprego no âmbito do pacote.