Guedes vê serviço público no Brasil como “socialista” e pede “meritocracia”
Ministro da Economia avaliou ser necessário existir uma larga diferença salarial entre novos servidores e autoridades do alto escalão
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira (9/9) que o funcionalismo público brasileiro vive algo parecido com o socialismo, na estrutura salarial dos servidores, com poucas diferenças por “mérito”.
Em conversa sobre a reforma administrativa, Guedes ressaltou que a meritocracia – conceito usado para justificar que grupos com “mais méritos” ganhem mais – deveria prevalecer também no setor público.
“E não é nada assim no serviço público brasileiro – é uma distribuição quase, entre aspas, socialista, fecha aspas”, disse o ministro da Economia, em live mediada pela faculdade de direito IDP.
Nesse contexto, Guedes defendeu um aumento do teto salarial do serviço público, pois, segundo ele, o alto escalão, como o presidente da República e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), recebem pouco.
Hoje, o teto do funcionalismo público é de R$ 39,2 mil.
“Nós deveríamos ser mais meritocráticos nisso. A presidência da República, o Supremo… é evidente que eles deveriam receber muito mais do que recebem hoje”, disse o ministro da Economia.
Ele justificou que o aumento do salário para essas autoridades deve ocorrer “pela responsabilidade do cargo, pelo peso das atribuições, pelo mérito em si para poder chegar em uma posição dessa”.
“A dispersão do salário, entre um salário do Supremo e um recém-ingresso na carreira judiciária, é ridiculamente baixa. Não pode haver essa dispersão tão baixa. Isso é uma negação de toda a meritocracia que existe ao longo da carreira”, afirmou.
Para ser ministro do STF, é preciso ter mais de 35 anos e ser indicado pelo presidente da República. Não é necessário, no entanto, ser advogado de formação, apenas “notável saber jurídico” e “reputação ilibada”.