Guedes “se enganou” ao criticar financiamento da CNI, diz Robson Braga
A declaração ocorreu nesta quarta-feira (15/12), em entrevista coletiva de fim de ano na instituição
atualizado
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O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga, afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, se equivocou ao criticar a forma de financiamento da CNI e do Sistema S [composto por um conjunto de instituições administradas pela CNI], que provém de recursos recolhidos pela Receita Federal sobre a folha de pagamentos das empresas – imposto sindical. De acordo com o presidente da Confederação, isso “não existe mais”.
A declaração ocorreu nesta quarta-feira (15/12), em entrevista coletiva de fim de ano no estúdio da instituição.
“Acho que o ministro se enganou naquele momento. Primeiro porque o imposto sindical não existe mais. Hoje a contribuição é espontânea [para a CNI]. O ministro se enganou completamente nessa questão. Segundo, se ele estiver se referindo ao Sistema S, esse sistema tem um esquema de financiamento onde você paga 2,5% sobre a folha de salário”, afirmou.
“O custo do trabalho no Brasil é de 110%, mas disso grande parte é direito do trabalhador: é férias, 13º salário… Quando você tira a parte do trabalhador, sobram 45%, e desse porcentual apenas 2,5% fazem parte do financiamento do Sistema S. E nós temos um sistema educacional que é um dos melhores do mundo”, defendeu Braga.
Ainda segundo o presidente, nas pesquisas da CNI com as indústrias, não há reclamações contra o financiamento.
Guedes fez a afirmação na semana passada, durante um evento da própria instituição, que contou com a participação do presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros integrantes do governo.
“Quero deixar uma reflexão para a CNI. Faz um belíssimo trabalho, mas a forma de financiamento está equivocada. Não pode ser imposto sobre folha de pagamento, que é uma arma de destruição em massa de empregos. Se não falarmos a verdade uns para os outros, não vamos ter sucesso. Só teremos sucesso se falarmos a verdade uns para os outros”, afirmou em meio a aplausos, inclusive do presidente da CNI, Robson Andrade.
“Brasil cresceu zero nos últimos 10 anos. Longa história de modelo que deu errado e o Brasil é prisioneiro. Nosso diagnóstico era reindustrializar o Brasil. Vamos transformar a economia brasileira”, avaliou o ministro.