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Guedes responsabiliza “ministros fura-teto” por crise do Orçamento

O ministro da Economia isentou o presidente da Câmara, Arthur Lira. “Quero preservar a figura do presidente da Câmara que cumpriu sua parte”

atualizado

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Ministro da Economia, Paulo Guedes, da Saúde, Marcelo Queiroga, da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o da Comunicação, Fábio Faria, falam com a imprensa após jantar do presidente Bolsonaro com empresários
1 de 1 Ministro da Economia, Paulo Guedes, da Saúde, Marcelo Queiroga, da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o da Comunicação, Fábio Faria, falam com a imprensa após jantar do presidente Bolsonaro com empresários - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O ministro da Economia, Paulo Guedes, amenizou nesta sexta-feira (9/4) a tensão entre o Congresso e o governo a respeito da pauta do Orçamento de 2021. O texto, aprovado com despesas obrigatórias subestimadas, foi considerado por Guedes “inexequível”.

Em evento virtual do Brazil Investment Forum, ele responsabilizou ministros mais “ousados” pela negociação de emendas com parlamentares e defendeu o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ao dizer que “cumpriu sua parte”.

Apesar de Guedes não ter citado nomes, a maior parte das emendas que excederam o acordo estão relacionadas ao ministério do Desenvolvimento Regional, comandado por Rogério Marinho, conhecido por ter uma antiga desavença com Guedes.

“Sempre tem ministro mais ousado, tem ministro fura-teto, que fala ‘bota um pouco mais de dinheiro aqui, um pouco mais ali’ e esquece de avisar os outros, né?”, disse.

Mais uma vez, sem apontar os culpados pelo extrapolação do Orçamento, Guedes isentou Lira. “Quero preservar a figura do presidente da Câmara que cumpriu sua parte”.

Alfinetadas

O ministro também deu a entender que o relator do Orçamento, senador Márcio Bittar (MDB-AC), recebeu uma promessa de receber mais recursos para seu estado e, por isso, incluiu emendas a mais. Apesar das alfinetadas, Guedes disse que acredita que um consenso chegue em breve.

“Os acordos políticos tem que caber no Orçamento. O presidente da Câmara, da República e do Senado dizem que o combinado deve ser cumprido. Sabemos disso. Não há dúvidas do que tem que ser feito, o problema é como fazer”, afirmou.

Essa foi a primeira vez que o governo elaborou o Orçamento em conjunto com o Congresso, de acordo com Guedes. “Nunca o Congresso recebeu e carimbou tantos recursos. É assim em outros países do mundo. Todo mundo está com um pouco de ego ali. Todo mundo com um pouco de razão e erro”, ponderou.

Ainda nesta semana, interlocutores de Lira informaram ao Metrópoles que o desfecho da crise do Orçamento deve ser anunciado pelo governo até o próximo fim de semana.

Cicatrizes

O embate político já deixou cicatrizes nas relações entre Senado, Câmara e governo.

De um lado, o ministro da Economia afirma que a sanção do Orçamento da forma como foi aprovado pelo Congresso poderá resultar na cassação do mandato do presidente ou, no mínimo, na desaprovação das contas do seu governo e consequentemente na sua inelegibilidade. De outro, os dirigentes do Congresso sustentam que o ministro exagera.

A equipe econômica, então, aconselha o presidente a vetar os gastos adicionais com emendas de forma que não fique nas mãos do Congresso, que pode não aprovar o projeto enviado mesmo diante de um acordo caso, por alguma razão, a lua de mel com Bolsonaro acabe.

 

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