Guedes pede Mercosul flexível e diz que economia fechada é “armadilha”
Os planos do ministro da Economia esbarram numa queda de braço com a Argentina, que critica redução da TEC
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta terça-feira (8/6) a flexibilização do Mercosul e afirmou que o Brasil se prejudicou muito ao manter sua economia fechada por mais de 30 anos.
“Ficar fechado foi muito prejudicial para o Brasil nos últimos 30 anos. O Brasil está negociando menos com nossos parceiros hoje. Então foi uma armadilha. Foi uma armadilha”, disse. “Isso impediu o Brasil de se envolver em uma integração produtiva mais eficiente, de se integrar em cadeias globais”, completou o ministro.
Para resolver o problema, Guedes afirmou que está reduzindo cada vez mais as tarifas de importação e se aproximando do que chamou de “amigos” do Mercosul.
“Estamos reduzindo unilateralmente as tarifas de importação e também conversando com nossos amigos do Mercosul, porque queremos ter alguma flexibilidade e modernização no Mercosul”, explicou.
Argentina x Brasil
Os planos de Guedes esbarram numa queda de braço com a Argentina. Enquanto o governo brasileiro tenta reduzir a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul e avançar com a agenda de abertura comercial, o país vizinho resiste.
O chefe da pasta econômica, no entanto, quer ir adiante em sua proposta de reduzir a TEC em 10% agora e em outros 10% no fim deste ano. A Argentina acena com essa primeira redução, mas declarou que só aceitaria falar na segunda alteração após 2023.
Uma reunião que estava agendada entre chanceleres e ministros de finanças do Mercosul para falar sobre o assunto foi desmarcada devido à falta de consenso entre os países, o que tornou evidente o mal-estar.