Guedes pede flexibilidade no Mercosul e redução da Tarifa Externa
O ministro da Economia defendeu que países membros do bloco tenham seus ritmos de negociação com outros governos respeitados
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, renovou suas críticas sobre o Mercosul, nesta sexta-feira (23/4) em sessão solene do Senado Federal, e disse que o país passa por um momento decisivo de reavaliação do bloco. Guedes também defendeu que países membros tenham ritmos de negociação com outros governos respeitados.
“A primeira dimensão é garantir uma liberdade de negociação para os seus membros. Claro que, juntos, somos mais fortes, mas achamos importante que haja liberdade de negociação para que os membros possam achar o que for mais conveniente”, apontou Guedes.
Segundo ele, a ideia é que cada membro possa ser um pioneiro e fazer um acordo diferente. “Se tiver bom, o conjunto dos membros do Mercosul avança naquela direção”, afirmou.
Na ocasião, o ministro também pediu pela redução em 10% da Tarifa Externa (TEC) do Mercosul.
“Até compreendemos a situação de membros que podem ter dificuldades de baixá-la no momento, mas gostaríamos de propor um movimento [de redução]. Fizemos uma proposta de redução de apenas 10% [da TEC]. Se vc tem um produto com tarifa 30% e você reduz 10%, você reduz apenas para 27%, isso não machuca ninguém”, defendeu.
Guedes ainda comentou sobre o acordo Mercosul-União Europeia, o qual parece fadado a não ocorrer tão cedo. Após 20 anos de negociação e um contrato geral alcançado em 2019, os países europeus não estão convencidos a selar o acordo. O bloco econômico tem como condição que o Brasil se comprometa mais com a agenda ambiental.
Neste sentido, Guedes argumentou que quer “dar um flash” no Mercosul para que o bloco se torne uma ferramenta ainda maior de integração global.
“Queremos avançar na modernização do Mercosul. Avançar significa permitir velocidades diferentes para quem está mais preparado ou disposto”, disse.
“Essa reavaliação do Mercosul não é para recuar ou com qualquer pensamento de rejeição. Mas é perfeitamente compreensível que em momento de crise alguns países recuem um pouco e hesitem em fazer esse movimento abertura”, completou.