Guedes: “Governo está quebrado e vai ficar dando aumento na aposentadoria?”
Em recado ao presidente Jair Bolsonaro, ministro da Economia disse ser necessário, sim, pensar na desindexação dos gastos públicos
atualizado
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Após receber bronca pública do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a hipótese de congelamento de aposentadorias e pensões, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender, nesta terça-feira (15/9), a desindexação, a desvinculação e a desobrigação dos gastos públicos.
O economista disse que é preciso rever a indexação – quando o salário mínimo, por exemplo, é reajustado com base na inflação – e que, “se quiser, pode manter o reajuste automático do BPC, do salário mínimo, mas agora pense duas ou três vezes sobre isso”.
“Quarenta milhões de desempregados. Cê vai ficar dando aumento do salário mínimo? Ao invés de 40 [milhões], vai para 50 [milhões], 60 milhões de desempregados, porque está em uma situação de pandemia, o PIB caiu”, disse, em videoconferência.
“As empresas estão quebrando e vão dar aumento de salário? O governo está quebrado e vai ficar dando aumento de benefício para todo mundo nesta crise? Tem de colocar a mão na cabeça e dar uma pensada”, completou o ministro da Economia.
Guedes contemporizou a proposta e disse, no entanto, que a equipe econômica não estava discutindo a ideia de congelar aposentadorias e pensões do INSS para criar o Renda Brasil. “Agora, é uma decisão política do presidente, e acabou esse assunto”, assinalou o ministro.
“O que está sendo discutido não é assaltar o pobre para dar aos paupérrimos. A emenda é muito mais ampla do que isso. Quem é eleito, é eleito para decidir onde serão gastos os recursos públicos, não ficar atrás dos orçamentos indexados onde não se controla”, frisou.