Guedes: dólar alto beneficia “famílias humildes” do turismo nacional
“As famílias ricas, em vez de viajar para fora, estão viajando para dentro”, disse o ministro da Economia
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (7/7) que a alta do dólar em relação ao real favorece a população mais pobre, por causa do turismo nacional.
Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, Guedes disse: “Hoje, com dólar a R$ 5, as famílias humildes do Brasil inteiro estão se beneficiando. As famílias ricas, em vez de viajar para fora, estão viajando para dentro”.
No entanto, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), está 44% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, antes da pandemia no país. A situação é muito mais crítica que outros setores da economia, como serviços (-2,8%), varejo (-0,3%) e indústria (0%).
Segundo uma estimativa do órgão, as perdas do turismo brasileiro com a pandemia da Covid-19 chegam a R$ 341,1 bilhões. Na avaliação de economistas, a alta do dólar prejudica o país não só no âmbito das viagens, mas na compra de itens básicos do dia a dia do brasileiro.
O economista-chefe da Infinity, Jason Vieira, ironiza a situação e explica que a alta da moeda americana não impacta “somente as viagens de fim de ano para a Disney”.
“Com o dólar controlado, investidores internacionais começam a botar dinheiro no país. Assim, eles geram emprego, renda e introduzem verba na economia. O dólar caindo gera conforto. Não é só besteira de viagem para a Disney. Gasolina, gás, commodities e uma série de alimentos são afetados pela cotação do dólar”, afirmou Vieira.
Segundo Guedes, o preço de alimentos e commodities está subindo cada vez mais em todos os países. Para ele, é preciso controlar o valor de arroz, feijão, carne e gás e que isso só será feito por meio de um programa como um fundo de erradicação da miséria. “Vamos propor isso para atacar o problema da desigualdade no Brasil”, disse.
O ministro declarou ainda que deve ter uma super safra de arroz no próximo ano, o que ajudará na regularização do preço desse produto.
“O câmbio já era para estar mais baixo. Se não tivesse essa guerra nossa. Nós conosco mesmo. O que estamos em ferocidade tal e lá fora olhando. Brasil com recorde de exportação e superávit. Esse dólar já era para ter afundado”, concluiu.