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Guedes diz que salário mínimo só terá alta real se reformas passarem

Antes, o ministro pediu crédito suplementar aos parlamentares para que o governo não descumpra a chamada “regra de ouro”

atualizado

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1 de 1 paulo guedes na comissão especial da previdência 2 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, nesta terça-feira (14/05/2019), que o salário mínimo só poderá ter aumento real – ou seja, acima da inflação – se as reformas forem aprovadas, sobretudo a da Previdência.

“Não definimos a politica de três anos do salário mínimo. Inclusive, o primeiro ano nosso [de governo] está com o reajuste do antigo. Isso [os novos valores] naturalmente passará pelas reformas”, afirmou.

Segundo o economista, o impacto fiscal do aumento no salário mínimo pode ser de até R$ 300 milhões a cada R$ 1 de reajuste. “Temos até 31 de dezembro para criar uma trajetória. Se for criado algum espaço fiscal, isso pode ser usado lá na frente”.

Atualmente, o salário mínimo é de R$ 998. Em 2020, a previsão é que o valor aumente para R$ 1.040, segundo o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) divulgado em abril deste ano.

Audiência
O ministro da Economia, Paulo Guedes, participa nesta terça-feira (14/05/2019) da sessão da Comissão Mista do Orçamento (CMO), na Câmara dos Deputados. Na ocasião, deverá ser apresentado em plenário o parecer da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2020.

Como convidado da sessão, o economista afirmou, no início do discurso, que foi à Casa pedir aos deputados um crédito suplementar para manter as despesas correntes e não violar a regra de ouro, que limita o volume de endividamento do governo.

Segundo Guedes, será preciso viabilizar uma verba extra para arcar com os custos de R$ 200 bilhões da Previdência, R$ 30 bilhões do Benefício de Prestação Continuada (BPC), R$ 6 bilhões do Bolsa Família e R$ 10 bilhões do Plano Safra.

“Estamos à beira de um abismo fiscal, precisamos de um crédito suplementar para pagar despesas correntes. Vamos nos endividar para isso”, disse o ministro.

O titular da pasta da Economia mostrou em plenário a previsão do déficit para os anos de 2020, 2021 e 2022, que serão, respectivamente, R$ 124 bilhões, seguidos de R$ 68 bi e R$ 32 bi, caso a Previdência seja aprovada.

“Hoje, olhando para o futuro, nossa obrigação é trazer para os senhores a situação fiscal correta. Se houver as reformas, esses números vão mudar”, ressalta o ministro.

Guedes volta à Câmara quase uma semana depois de participar da audiência pública da comissão especial da Casa que analisa a reforma da Previdência. A participação na CMO será para comentar a questão fiscal do país, uma vez que os valores destinados ao Orçamento do ano que vem serão decididos pelo Congresso.

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