Guedes diz que “petistas picaretas” vazaram estudos da Economia
O ministro da Economia pediu a empresários que não deixem o PT “roubar a tranquilidade” em meio às notícias desfavoráveis ao governo
atualizado
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Paulo Guedes, ministro da Economia, acusou o PT de tentar roubar “a tranquilidade da população” por meio de notícias que considera “falsas” e de “militância da mídia”. A declaração foi feita a empresários durante uma live no canal da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), nesta terça-feira (25/10). “Sempre tem um petista picareta vazando notícia requentada”, disparou, sem provas.
“Uma fake news por dia”, disse o ministro. Ele pediu para não deixar que os petistas “roubem” a tranquilidade diante das atuais notícias desfavoráveis ao governo nesta reta final da campanha de Jair Bolsonaro (PL). “Já roubaram muita coisa aqui”, falou.
Guedes ainda alegou que a proximidade das eleições do segundo turno, marcada para dia 30 de outubro, aumenta o desespero “do outro lado” e completou: “Eu sou obrigado a falar isso, não queria, queria estar na minha função de ministro [da Economia], mas tenho que desmentir mentiras deslavadas”.
Retratações
O Ministério da Economia enfrenta um imbróglio nesta reta final do segundo turno após o vazamento de supostos estudos da pasta. Um seria sobre a desindexação do salário mínimo e das aposentadorias do inflação e outro a respeito do fim das deduções da saúde e educação do imposto de renda para pessoa física (IRPF) – os documentos foram obtidos pelos jornais Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo, respectivamente.
Após o escândalo, Guedes precisou se manifestar sobre as duas matérias.
Hoje, o ministro reiterou a posição contrária da pasta aos estudos e fez acusações contra o PT. “Algum, possivelmente petista, dentro [do ministério], pois eles contrataram 160 mil pessoas, deve ter muito petista dentro do ministério. Eles pegam um trabalho que não tem o menor aval nosso ou apoio, e jamais decidimos qualquer coisa nessa direção e aí fazem um trabalhinho deles, interno, coisa deles mesmo, e passam para jornalistas”, disparou.
Guedes voltou a dizer que após o país vencer a pandemia, os reajustes do salário mínimo e das aposentadorias deverão ser acima da inflação.
Economistas do Plano Real
Guedes aproveitou a live também para atacar os economistas do Plano Real que declararam apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele disse que os especialistas levaram o Brasil para um período de hiperinflação. O comentário do ministro faz referência a nomes como os de Fernando Henrique Cardoso (FHC), Pedro Malan, Pérsio Arida, Edmar Bacha e Armínio Fraga.
“Os mesmos economistas que se apresentam como gente que pode resolver o problema foram os mesmos que nos levaram para a hiperinflação”, disparou. “Fizeram uma hiperinflação de 5.000% congelando preço, ativo financeiro e na segunda levaram para 2.500% a inflação brasileira”, disse.
A crítica de Guedes faz referência à época anterior a implementação do Plano Real. O Brasil travou uma dura batalha de décadas contra o “dragão da inflação” com diferentes planos (Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e II, Marcílio) até chegar ao Real – implementado no governo Itamar Franco, quando FHC era ministro da Fazenda.
A hiperinflação citada por Guedes ocorreu entre os três primeiros meses de 1990. As taxas mensais entre janeiro e março de 1990 foram de 71,9%, 71,7% e 81,3%, respectivamente. O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera uma hiperinflação um período de tempo em que o nível médio de preços de bens e serviços fica acima 50% ao mês.
“São os mesmos que aconselharam o sequestro de ativos, congelamento de preços e botaram o juros na lua”, alegou.
Paulo Guedes ainda disse que o partido dos economistas do Plano Real desapareceu, o PSDB, pois “fizeram a maior transferência de renda para banqueiros que o Brasil já viu”.