metropoles.com

Guedes diz que Brasil “cresceu mais” sem o Ministério do Planejamento

Pasta foi extinta no governo Bolsonaro. Segundo o ministro da Economia, todas as gestões do antigo ministério foram “fraudes”

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/ Metrópoles
guedes
1 de 1 guedes - Foto: Igo Estrela/ Metrópoles

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (11/3) que a economia brasileira “cresceu muito mais” sem a existência de um Ministério do Planejamento — extinto no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar de não existir mais, a ala política do governo pressiona o chefe do Executivo para desmembrar o atual Ministério da Economia e recriar a pasta.

Durante cerimônia, no Palácio do Planalto, que lançou o novo programa do governo voltado à produção nacional de fertilizantes (leia mais abaixo), Guedes disse que todas as gestões do extinto ministério foram “fraudes”.

“Nós não podemos esperar um ministro do Planejamento resolver o futuro do Brasil. Essa é uma visão arcaica. Aliás, o Brasil cresceu muito mais quando não tinha Ministério do Planejamento. Crescia 7,5% ao ano. Depois, criou o Ministério do Planejamento e passou a crescer 5%, 3%, 2% e zero”, afirmou.

Em sua fala, o ministro ainda disse que o movimento de alta da inflação vivido pelo Brasil não é exclusivo do país, mas, sim, um fenômeno mundial. Segundo ele, portanto, o presidente Jair Bolsonaro não deve ser responsabilizado pelas altas.

“Vejam, a inflação é mundial, não tem nada a ver: ‘Ah, o governo Bolsonaro’. Não. O mundo sofreu um choque adverso”, afirmou.

De acordo com Guedes, Brasil está crescendo menos este ano exatamente por ter agido antes. Ele lembrou que o governo reduziu o deficit fiscal e que o Banco Central subiu os juros para enfrentar a inflação antes de outros países.

“A inflação vai subir de novo ano que vem? Não. Vai descer porque agimos primeiro”, prosseguiu, ressaltando que o governo tem controlado a inflação por meio do corte de tributos.

Programa nacional de fertilizantes

Em meio ao temor de que o conflito entre Rússia e Ucrânia afete a agricultura brasileira, o governo federal lançou um programa para estimular a produção nacional de fertilizantes.

O Brasil depende, em parte, do fornecimento da Rússia para disponibilizar o material à agricultura nacional e a guerra no Leste Europeu dificulta a importação do produto. A Rússia fornece 23% dos fertilizantes importados pelo Brasil.

Fertilizantes químicos são usados pelos agricultores para aumentar a produtividade do solo. De acordo com o Ministério da Agricultura, o Brasil é o quarto consumidor mundial de fertilizantes e importa cerca de 80% do volume utilizado na produção agrícola. Entre 2020 e 2021, a importação brasileira de fertilizantes da Rússia cresceu 22%.

Segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos, mais de 85% dos fertilizantes utilizados no país são importados, evidenciando um elevado nível de dependência de importações em um mercado dominado por poucos fornecedores.

O plano visa reduzir a dependência do Brasil em relação aos fertilizantes importados e mitigar as vulnerabilidades decorrentes da importação dos insumos. Pretende-se diminuir a dependência de importações, em 2050, de 85% para 45%, mesmo que dobre a demanda por fertilizantes.

Por meio do programa será realizado um mapeamento geológico do país para descoberta dos minerais necessários para a produção dos fertilizantes, como potássio e fósforo. O plano ainda define metas para os próximos 28 anos, até 2050. Além da atração de investimentos, a ideia é investir em inovação e promover novas tecnologias.

Exploração de terras indígenas

O presidente Jair Bolsonaro tem defendido a aprovação de um projeto que tramita no Congresso Nacional que permite o garimpo em terras indígenas. Na última quarta (9/3), a Câmara dos Deputados aprovou a a “urgência” da proposta, que dispensa a análise do texto em comissões temáticas.

A ideia ventilada pelo governo é que a exploração das regiões permitiria a extração de potássio – matéria-prima na produção de fertilizantes. Com isso, segundo Bolsonaro, o Brasil deixaria de ser dependente da importação de adubos de outros países.

Segundo um estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no entanto, apenas 11% das regiões em que possivelmente existem jazidas de potássio ficam em terras indígenas. Além disso, o levantamento mostrou que as reservas de potássio já existentes no Brasil têm autonomia para sustentar o país até 2100, não sendo necessária, portanto, a exploração de terras indígenas.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?