Guedes defende economia: “Mantivemos o emprego no setor formal”
Na semana passada, IBGE divulgou que o desemprego no Brasil atingiu a taxa recorde de 14,7% no 1º trimestre de 2021
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu, nesta segunda-feira (31/5), que o governo “manteve o emprego no setor formal” diante da pandemia da Covid-19. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na semana passada, entretanto, mostram que o desemprego no Brasil atingiu a taxa recorde de 14,7% no 1º trimestre de 2021.
Ainda de acordo com o IBGE, o número de desocupados chegou a 14,8, milhões de pessoas. O resultado representa uma alta de 6,3%, ou de mais 880 mil pessoas, na comparação com 4º trimestre de 2020. Para Guedes, no entanto, “as revisões de crescimento estão sendo para cima”.
“Mantivemos o emprego no setor formal. Ao contrário das recessões anteriores, onde a economia caiu 3,5 em 2015. Desta vez, economia caiu 4,1%, e 11 milhões de empregos foram protegidos no mercado formal durante a crise”, afirmou o chefe da pasta em evento do Fórum de Investimentos Brasil 2021.
O ministro também reafirmou que a economia voltou em “V”. “Criamos um milhão de empregos nos últimos quatro meses. A economia teve recuperação em V baseada em políticas públicas de proteção dos mais vulneráveis”, disse.
O auxílio emergencial, concedido a famílias de baixa renda durante a pandemia, é a principal medida a qual Guedes se refere. No ano passado, o benefício podia chegar a R$ 600. Neste ano, o valor médio caiu para R$ 150.
Com a redução do auxílio e o desemprego em alta, o país voltou para o mapa da fome. Em 2020, 19 milhões de pessoas viviam em situação de fome no Brasil, segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da covid-19. Enquanto em 2018, eram 10,3 milhões.
Isso significa que, em dois anos, houve um aumento de 27,6% (ou quase 9 milhões de pessoas a mais).
Popularidade em queda
Neste contexto, a popularidade do governo cai cada vez mais. É o que aponta uma pesquisa da AP Exata, que mapeia os sentimentos dos eleitores nas redes sociais. Nas últimas semanas, as emoções mais presentes entre os internautas sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foram de Tristeza (18,9%), Medo (18,75%) e Raiva (14,95%).
“O eixo político central que deve permear as próximas eleições está baseado na economia. Diferentemente das eleições de 2018, quando o combate à corrupção e a segurança foram os temas principais, desta vez os brasileiros parecem mais focado em observar quais candidatos terão a melhor resposta para melhorar a economia”, afirmou o cientista de dados da AP Exata, Sérgio Denicoli.