Guedes defende Cintra sobre imposto a igrejas: “Foi mal interpretado”
Secretário da Receita Federal disse que um “novo tributo” seria cobrado até mesmo das instituições religiosas e foi desmentido por Bolsonaro
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, depois que uma polêmica envolvendo a criação de um imposto a igrejas surgiu, nesta segunda-feira (29/04/2019). “Nós temos dito que nós vamos reduzir e simplificar impostos. Em nenhum momento ele disse que vai aumentar impostos. Ele foi mal interpretado”, garantiu Guedes.
O esclarecimento foi feito depois de uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, Marcelo Ramos (PR-AM), e o relator da proposta, Samuel Moreira (PSDB-SP).
Logo cedo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) publicou um vídeo, no Twitter, desautorizando Marcos Cintra e desmentindo a intenção de criar impostos para igrejas.
“Além de terem um excelente trabalho social prestado a toda a comunidade, eles reclamam, em parte com razão, de que há uma bitributação nessa área. Declaro: não haverá novo imposto para as igrejas”, garantiu o presidente.
Encontro no Planalto
Cintra se encontrou com o presidente Bolsonaro na tarde desta segunda-feira (29/04/2019). Segundo o governo, a agenda já estava marcada para tratar de outras pautas.
O porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio do Rêgo Barros, garantiu que não há nenhum atrito entre o presidente e o secretário. “Como líder maior do nosso governo, de pronto [Bolsonaro] já resolveu destacar que encontrava-se contrário a essa posição para evitar, ao longo do dia, quaisquer ilações a respeito do tema”, afirmou.
Novo tributo
Nesta segunda-feira, o jornal Folha de S.Paulo trouxe uma entrevista com o secretário Marcos Cintra, que adiantou a criação de um novo tributo com o objetivo de simplificar o modelo de arrecadação atual do país. De acordo com ele, o imposto teria ampla abrangência e seria cobrado até mesmo das igrejas.
Cintra indicou ao veículo que o imposto recairia sobre todas as transações financeiras e teria alíquota de 0,9% tanto para quem paga quanto para quem recebe. A informação foi desmentida pelo presidente no Twitter.