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Guedes atua para evitar novos ruídos na reforma da Previdência

Ministro da Economia vai se encontrar nesta quinta com Davi Alcolumbre (DEM-AP), que se irritou após ataques do governo aos congressistas

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Paulo Guedes
1 de 1 Paulo Guedes - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro da Economia, Paulo Guedes, trabalha agora para baixar a temperatura depois da nova crise com o Congresso provocada pelos ruídos gerados em torno de sua conversa com o governador do Ceará, Camilo Santana (PT). Guedes falou, nessa quarta-feira (26/06/2019), pelo celular com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e irá logo mais à Residência Oficial do Senado para um encontro com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP) — um dos mais irritados com o governo devido aos seguidos ataques aos congressistas.

Nas conversas já tidas com parlamentares, o ministro nega que disse em reunião com o governador petista que o Congresso é uma “máquina de fazer corruptos”. Pelo contrário, Guedes reforça aos parlamentares que sua frase foi retirada do contexto da conversa. Em nota divulgada na quarta (26/06/2019), ele afirmou que as declarações foram usadas no sentido oposto. Desde as críticas feitas ao relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) sobre a proposta da reforma da Previdência, Guedes tem ficado em silêncio para não atrapalhar as últimas negociações para a votação da matéria.

Na equipe econômica, no entanto, já eram esperadas novas desidratações do texto, tanto na comissão quanto no plenário da Câmara. Muitos assessores atribuem o ruído em torno do encontro de Guedes com o governador do PT à intriga da oposição.

O mal-estar e os ruídos, porém, ainda não estão resolvidos depois do episódio desta quarta, que pegou todos de surpresa. A votação em plenário antes do recesso parlamentar não está certa, apesar da declaração dada por Maia, de que a “ideia é resolver semana que vem na comissão especial e, na outra [semana], no plenário”. Maia tenta construir esse acordo com os líderes.

O presidente da Câmara apelou para que haja menos intriga nas relações com o Congresso e provocou Guedes dizendo: “Sapo morre pela boca”. “Como eu disse, o sapo morre pela boca, quero dizer, o peixe”, afirmou Maia, corrigindo-se para ser fiel ao ditado popular.

O cronograma de votação será acertado em reunião com líderes, mas ainda há pressões dos partidos para muitas mudanças, principalmente para policiais, professores e para a regra de cálculo da aposentadoria. Interlocutores do governo reclamam, por sua vez, da pressão por liberação de emendas dos partidos do Centrão.

No governo, a avaliação é que, por trás do “humor” dos parlamentares e de Maia, está a preocupação com os ataques que o Congresso poderá sofrer em novas manifestações populares que devem ocorrer no fim de semana.

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