Guedes admite subsidiar diesel se guerra na Ucrânia se prolongar
Ministro da Economia festejou, porém, a aprovação do projeto do Senado sobre combustíveis e avaliou que ele será capaz de amortecer preços
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta quinta-feira (10/3) que o governo poderá criar um subsídio ao diesel se a guerra entre Rússia e Ucrânia se prolongar.
O ministro evitou definir prazos, mas apontou que, se a situação não se normalizar dentro de “um ou dois meses”, será necessário pensar em uma medida.
A guerra foi deflagrada há 15 dias e impactou direta e fortemente o preço do petróleo no mercado internacional. Em função disso, nesta quinta, a Petrobras anunciou altos reajustes para o diesel, para a gasolina e para o gás de cozinha. Trata-se de um reflexo da elevação do preço internacional do barril do petróleo. A Rússia é um dos principais exportadores de petróleo no mundo.
“Nós vamos nos mover de acordo com a situação”, disse Guedes.
A informação tinha sido antecipada pelo colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
“Se isso [a guerra] se resolve em 30 ou 60 dias, a crise estaria mais ou menos endereçada. Agora, vai que isso se precipita e vira uma escalada? Aí sim, você começa a pensar em subsídio para o diesel”, disse o ministro, em entrevista concedida ao lado do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Guedes e Albuquerque comemoraram as medidas aprovadas pelo Senado Federal e apontaram que elas e a isenção de PIS-Cofins sobre o diesel são suficientes para amortecer o preço neste momento.
Amortecedor
Ele avalia que o projeto deverá reduzir em R$ 0,60 o valor do óleo diesel e, com isso, ajudar a minimizar o impacto do aumento do anunciado pela Petrobras na manhã desta quinta, de R$ 0,90 no litro do produto.
O valor apontado pelo governo representa dois terços do aumento anunciado pela estatal. Segundo o ministro, o projeto irá permitir ao governo reduzir em R$ 0,33 o litro do diesel, ao cortar impostos federais sobre o produto e, além disso, representará uma queda de R$ 0,27 no valor cobrado do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelos estados.
O projeto, para ter validade, ainda ainda precisa passar novamente pela Câmara antes de seguir para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.
“Serão R$ 0,33 do governo federal, ao custo de R$ 19 bilhões. Os estados terão custo de R$ 15 bilhões, R$ 0,27 centavos. Então seriam R$ 0,60 (de queda). Houve uma guerra lá fora que nos atingiu, e nós conseguimos atenuar em dois terços o impacto dessa bomba que nos atingiu. A Petrobras subiu R$ 0,90, e R$ 0,60 nós já atenuamos”, disse Guedes.