Greve na CGU deve afetar auditoria na Aneel sobre apagão em SP
Servidores da carreira de Finanças e Controle da CGU e do Tesouro afirmaram que vão intesificar a greve a partir desta terça (15/10)
atualizado
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A greve dos servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) afetará a auditoria sobre a fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em relação às ações da concessionária Enel durante o apagão que atinge a região metropolitana de São Paulo desde sexta-feira (11/10).
A informação foi repassada, nesta terça-feira (15/10), pelo Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon Sindical).
O apagão causou prejuízo de R$ 1,65 bilhão aos setores de varejo e de serviços, segundo balanço da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Cerca de 250 mil imóveis na Grande São Paulo estão sem energia elétrica.
Auditoria determinada por Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou, nessa segunda-feira (14/10), que a CGU faça uma auditoria completa no processo de fiscalização da Aneel.
Um dos focos da investigação é apurar os incidentes de falta de energia elétrica desde o ano passado em relação às medidas que deveriam e não foram adotadas.
Vale lembrar que a Aneel é ligada ao governo federal, mas tem autonomia administrativa.
Servidores vão intensificar movimento grevista
Em nota, o Unacon Sindical comunicou que na última semana a categoria decidiu intensificar o movimento grevista, que ocorre desde agosto.
“A partir de hoje [terça-feira], auditores e técnicos federais de Finanças e Controle paralisarão as atividades todas as terças e quintas-feiras, tanto na CGU quanto no Tesouro Nacional”, informou.
Além disso, a greve e a operação padrão da carreira, a chamada “operação tartaruga”, congelam o andamento dos acordos de leniência. Segundo o sindicato, 22 acordos em andamento estão paralisados.
No Tesouro Nacional, a mobilização dos servidores impactam as operações do Tesouro Direto. Nesta terça-feira, pela terceira vez seguida, as vendas de títulos pelo programa estão suspensas.
A carreira de Finanças e Controle pede “tratamento isonômico” em relação às carreiras da Advocacia-Geral da União (AGU), da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal.
Os servidores também pedem a negociação de três pontos:
- cumprimento integral do acordo firmado em 2015, que prevê a exigência de nível superior para o cargo de técnico federal de Finanças e Controle;
- manutenção dos atuais 13 níveis da tabela de progressão; e
- correção de assimetrias salariais com carreiras de mesmo nível na administração federal.