Gravadoras querem “morder” um pedaço maior da receita do TikTok
Rede social chinesa, conhecida por exibir vídeos curtos e com músicas de fundo, deve triplicar o faturamento em 2022
atualizado
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O TikTok, rede social pertencente à empresa chinesa ByteDance, bateu a marca de 1 bilhão de usuários no mundo todo, e se aproxima do seu principal concorrente, o Instagram. O valor de mercado da empresa se aproxima dos US$ 70 bilhões, uma fração dos US$ 230 bilhões que vale a Meta, dona do Facebook e Instagram. No entanto, o rápido crescimento do aplicativo “das dancinhas” já fez os olhos das gravadoras brilharem.
Representantes de empresas como Universal Music, Sony Music e Warner Music teriam aberto uma rodada para renegociar os valores repassados pelo TikTok pela utilização das músicas. De acordo com a Bloomberg, as gravadoras querem que a rede social chinesa multiplique até por dez o que paga atualmente.
“Estamos comprometidos em criar valor para detentores de direitos autorais, compositores e artistas quando suas músicas são usadas, e estamos orgulhosos dos acordos que fechamos e do crescente fluxo de receita que entregamos à indústria em poucos anos”, disse Ole Obermann, diretor global de música do TikTok, à Bloomberg.
Máquina de viralização
O imbróglio surgiu, porque os direitos de uso das músicas teriam sido negociados quando o TikTok tinha um alcance infinitamente menor do que o de hoje, e era apenas vista como uma rede social de “dublagem” de vídeos. Agora que o aplicativo se transformou em uma máquina de viralizar, a influência das músicas se tornou questão-chave.
As gravadoras entenderam que o TikTok pode ser uma importante ferramenta para divulgar novos hits e artistas – portanto, aquela música “inocente” que aparece em inúmeros vídeos virais do aplicativo pode estar ali porque uma gravadora pagou caro para isso. Como trata-se de uma relação de duas vias, a negociação vai ser delicada. Mas uma vez que a receita de publicidade do TikTok explodiu, as gravadoras querem ser remuneradas a cada vez que um vídeo com suas músicas gera monetização para a rede social.
A receita do aplicativo da ByteDance deve alcançar os US$ 12 bilhões em 2022, três vezes mais que os US$ 4 bilhões do ano passado. Vale lembrar que a empresa chinesa também é dona do aplicativo Resso, que rivaliza com o Spotify e Apple Music, e há pouco tempo travou uma batalha com as gravadoras para pagar valores menores pelos direitos de reprodução das músicas na plataforma. Tudo indica que a briga do TikTok está longe do fim.