Governo teve déficit de R$ 22,4 bilhões em agosto, informa Tesouro
De janeiro a agosto, o rombo nas contas do governo central é de R$ 99,99 bilhões — o quinto pior da série histórica iniciada em 1997
atualizado
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As contas do governo central registraram um déficit primário — quando as despesas têm saldo maior do que as receitas, sem contar os juros — de R$ 22,4 bilhões, em agosto deste ano, frente a um déficit de R$ 26,7 bilhões em agosto de 2023, em termos nominais.
O resultado é o sétimo pior para os meses de agosto, conforme a série histórica que começa em 1997. A pior marca foi atingida em agosto de 2020, em meio à pandemia de Covid-19, quando teve déficit de R$ 124,9 bilhões.
O governo central inclui o Tesouro Nacional, o Banco Central (BC) e a Previdência Social.
As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (3/10) pela Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda.
De janeiro a agosto, o rombo é de R$ 99,99 bilhões, segundo os dados do Tesouro. O órgão ainda informou uma leve melhora no quadro das contas do governo central em relação a agosto de 2023, quando o déficit foi de R$ 105,88 bilhões.
Esse resultado foi o quinto pior para esse período (de janeiro a agosto) da série histórica, iniciada em 1997, segundo cálculos feitos a partir dos valores corrigidos pela inflação.
No acumulado dos últimos 12 meses até agosto, o déficit está em R$ 227,5 bilhões — equivalente a 1,98% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
As contas do governo central em agosto
De acordo com o relatório, em agosto de 2024:
- A receita líquida foi de R$ 148,9 bilhões; e
- A despesa total foi de R$ 171,33 bilhões.
O resultado conjunto do Tesouro e do BC foi deficitário em R$ 3,5 bilhões. Já a Previdência registrou déficit primário de R$ 18,9 bilhões.
Em termos reais, a receita líquida apresentou um acréscimo de R$ 8,8 bilhões (6,2%), enquanto a despesa total teve um aumento de R$ 3,3 bilhões (2%), quando comparadas a agosto de 2023.
A meta fiscal para 2024
A meta do governo federal para 2024 é de déficit fiscal zero, ou seja, o equilíbrio das contas públicas, com receitas equiparadas às despesas. A ideia é que haja aumento gradual até 2028, quando se prevê chegar ao superávit primário de 1% do PIB. Veja quais são as previsões:
- 2025: déficit 0
- 2026: superávit de 0,25% do PIB (R$ 33,1 bilhões)
- 2027: superávit de 0,50% do PIB (R$ 70,7 bilhões)
- 2028: superávit de 1% do PIB (R$ 150,7 bilhões)
Como estabelecido pelas regras do arcabouço fiscal — nova forma de controle de endividamento público brasileiro —, R$ 40,5 bilhões podem ser contabilizados fora da meta fiscal neste ano.
Para 2024, a equipe econômica estima um déficit de R$ 68,83 bilhões. Isso significa que a meta fiscal deste ano não será descumprida.