Davos: Governo Lula quer “reposicionar” Brasil após Bolsonaro e ataques golpistas
Agenda fiscal e melhora da imagem ambiental do país serão os focos os país durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos
atualizado
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Nesta sexta-feira (13/1), o Ministério da Fazenda explicou como vai funcionar a agenda da pasta durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. A ideia da pasta será “reposicionar” o país no cenário internacional após o governo de Jair Bolsonaro. Estarão no evento, pelo governo federal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
O foco da Fazenda em Davos será mostrar o pacote fiscal apresentado na quinta-feira (12/1), que pretende diminuir o rombo fixado do Orçamento, R$ 231,5 bilhões, a proposta de reforma tributária e um novo arcabouço fiscal que substituirá o teto de gastos de gastos – a proposta deve deve apresentada pelo governo federal até 31 de agosto, mas o governo quer que seja até o primeiro trimestre.
De acordo com o ministério, após os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, houve um maior interesse pela presença do Brasil no evento, além de “uma solidariedade” da comunidade internacional, tanto de outros ministros das Finanças quanto de chefes de Estado e CEOs de outros países.
O governo federal afirmou que assegurará à comunidade internacional que o ocorrido de domingo “já virou história” e que a agenda econômica continua sendo o foco da atual gestão – que ainda não completou um mês.
Haddad irá acompanhado de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, como um gesto da mudança de postura do país em relação à agenda ambiental. A Fazenda avalia que Marina é a “mensagem que os investidores querem ouvir”. Fora o seio do governo federal, Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, também participará do evento. Geraldo Alckmin não irá mais ao evento.
Agenda
Fernando Haddad embarca na noite de domingo (15/1) para a Suíça e fica até quinta-feira (19/1);
- Segunda-feira (16/1)
Será uma agenda voltada à logística e acomodação da delegação brasileira, sem encontros confirmados.
- Terça-feira (17/1)
Haddad terá uma bateria de encontros bilaterais com autoridades internacionais, ministros das Finanças e CEOs; o ministério ainda não confirmou as agendas. as agendas estão sendo confirmadas
- Quarta-feira (18/1)
Encontro entre a imprensa internacional, Haddad e Marina Silva. A agenda é considerada o “grande momento de comunicação com a imprensa nacional e internacional” para sanar dúvidas e apresentar a nova imagem do país.
Ausência de Lula e contraponto
A ida de Tarcísio de Freitas e a ausência do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) preocupa aliados, apesar dos gestos do governador em relação ao novo governo. O governador de São Paulo, estado mais rico da federação e com maior potencial de captação de investimentos, foi eleito na esteira do bolsonarismo, mesmo movimento que levou à depredação dos bens públicos.
Enquanto Lula dificulta a agenda de desestatização, o governador deve apresentar uma série de programas de desestatização em relação à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e da Empresa Metropolitana de Água e Esgoto (Emae).
Acompanharão o governador: Lucas Ferraz, chefe do Executivo estadual estará acompanhado do secretário de Negócios Internacionais e o secretário-chefe da Casa Civil, Arthur Lima.
A Fazenda confirmou que não há previsão de painéis ou encontros entre Haddad e Tarcísio, mas não descarta que ocorram de “última hora”.
O Metrópoles procurou a assessoria do governador que afirmou que a agenda do governador em Davos ainda não está fechada.