Governo nega “pedaladas” com lucros de estatais para pagar benefícios
Economia tem cobrado que quatro estatais paguem dividendos, que são os lucros distribuída aos acionistas de empresas, além do previsto
atualizado
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O secretario do Tesouro Nacional do Ministério da Economia, Paulo Valle (foto em destaque), subiu o tom contra críticas de que o governo esteja “pedalando” para melhorar as contas públicas com a cobrança de dividendos de estatais.
O governo tem cobrado que o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Petrobras paguem dividendos além do previsto.
“Nessa questão defendemos fortemente a lei das estatais, que garante a autonomia das empresas e não interfere na política de investimentos”, ponderou o secretário na tarde desta quinta-feira (28/7), ao comentar os resultados do Tesouro Nacional, na sede da pasta, em Brasília.
A cobrança de dividendos, que são os lucros distribuídos aos acionistas de empresas, foi a forma encontrada pela equipe de Paulo Guedes para compensar o aumento dos gastos com a aprovação dos benefícios previstos na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Auxílios, que chega a R$ 41,2 bilhões.
Na prática, o Ministério da Economia pediu que quatro grandes estatais mudem sua política de dividendos e paguem mais ao Tesouro Nacional. “Estamos bastante otimistas com essas arrecadações, que são mais do que necessárias para compensar o aumento dos gastos extraordinários”, concluiu Valle.
PEC de benesses
Motivo de polêmica, a PEC é a principal aposta do governo para acelerar benesses a pouco menos de três meses do primeiro turno da eleição.
Neste pacote, o valor do Auxílio Brasil, programa social que substituiu o Bolsa Família, passou de R$ 400 para R$ 600. A proposta também prevê zerar a fila de beneficiários que ainda aguardam a inclusão no programa social.
Também consta na lista de benefícios a criação de um auxílio financeiro que deverá ser pago a motoristas de táxi para abastecimento do veículo profissional.
Outros pontos da matéria são: ampliação do Vale-Gás, para o equivalente ao preço de um botijão por bimestre, e a criação de um voucher mensal de R$ 1 mil para caminhoneiros autônomos. A União se propõe, ainda, a ressarcir estados que aderirem à gratuidade para idosos nas passagens de transporte público.