Governo nega fracasso, mas deve mudar regra de leilões do pré-sal
Arrecadação do megaleilão ficou 35% abaixo do previsto depois que duas das quatro áreas não tiveram interessados
atualizado
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Autoridades do governo garantem que o megaleilão do pré-sal, na manhã desta quarta-feira (06/11/2019), foi um sucesso, apesar de duas das quatro áreas ofertadas não terem recebido propostas e de a arrecadação ter ficado 35% abaixo do previsto. Apesar do discurso, o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, admitiu que o fato de grandes empresas do ramo não terem participado da concorrência (que teve como grande vencedora a estatal Petrobras) preocupa e deve levar a mudanças nas regras para leilões futuros.
“Vamos avaliar porque as grandes não vieram. Ainda temos um novo leilão amanhã [quinta, 07/11/2019], que não é de excedente, e vamos aguardar para ver qual vai ser a participação. Depois, talvez a gente possa rever a metodologia e outros parâmetros para os próximos leilões”, disse Bento Albuquerque em entrevista coletiva após o fim do leilão.
O ministro disse ainda que é possível que as áreas que não tiveram propostas sejam ofertadas novamente em leilões no ano que vem. Das quatro áreas de pré-sal da Bacia de Santos que o governo tentou leiloar, só duas foram arrematadas: Búzios e Itapu. Faltaram Atapu e Sépia, que não receberam propostas válidas.
Além do desinteresse de grandes empresas e de dois campos ficarem sem propostas, causou frustração no mercado ainda o fato de a Petrobras ter sido a grande e quase única vencedora da concorrência.
O campo de Búzios, considerado o maior e mais importante, só teve oferta do consórcio Petrobras com as chinesas CNODC e CNOCC, e com a estatal brasileira levando 90% do negócio. Já o campo de Itapu ficou 100% com a Petrobras, única empresa a apresentar proposta.
Dólar sobe
Após o leilão, o dólar começou a registrar alta em relação ao real. Às 13h, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 4,05, uma alta de 1,51%.