Governo não vai mudar política da Petrobras para preço de combustíveis
Anúncio foi feito pelo presidente da estatal, Pedro Parente, após reunião com equipe econômica. Planalto está pressionado
atualizado
Compartilhar notícia
O governo não tem o objetivo de pedir qualquer mudança na política de preços da Petrobras, disse Pedro Parente, presidente da estatal. A empresa prevê reajustes diários dos combustíveis de acordo com a variação do câmbio e dos preços internacionais. Parente participou de uma reunião com os ministros da Fazenda, Eduardo Guardia; e de Minas e Energia, Moreira Franco, nesta terça-feira (22/5).
Um pouco antes do encontro, a Petrobras anunciou leve diminuição nos preços da gasolina (- 2,08%) e do diesel (-1,54%) nas refinarias. Parente negou que a queda tenha ocorrido em função de pressão do governo. “Imagina, a redução de hoje é simples de entender, houve uma redução importante no câmbio”, acrescentou.
Com a medida, o valor da gasolina cairá de R$ 2,0867, o litro, para R$ 2,0433. Já o diesel passará de R$ 2,3716 para R$ 2,3351. Ainda não é possível saber qual será o impacto para o consumidor. Apenas em maio já haviam sido feitos 10 reajustes no diesel e 12 na gasolina.Sem mudança
“Ficou esclarecido na reunião que, em hipótese nenhuma, em momento algum, passou pela cabeça do governo pedir qualquer mudança na política de preços da Petrobras. Não houve discussão em relação à política”, afirmou o presidente da petrolífera.
Parente também negou ter discutido um aumento na frequência dos reajustes. “Isso nunca foi considerado. Câmbio e preços mudam diariamente, esses fatores não são provocados pela Petrobras”, completou.
Na segunda-feira (21), o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, admitiu que a Petrobras seria chamada a conversar sobre uma maneira de dar mais previsibilidade às variações de preços dos combustíveis. O Palácio do Planalto está pressionado, em ano eleitoral, em função dos constantes reajustes no preço da gasolina e do diesel, principalmente. Caminhoneiros bloqueiam rodovias em todo o país em protesto contra os valores cobrados nas bombas.
De acordo com o presidente da estatal, o governo pediu informações sobre a dinâmica do mercado para considerar eventual tomada de decisão acerca do tema. “Outras medidas serão discutidas posteriormente, mas não no âmbito da Petrobras. O governo está preocupado com os preços e está procurando ver o que pode ser feito no nível dele”, afirmou.
Pedro Parente, no entanto, não respondeu se a redução de tributos sobre combustíveis foi um dos assuntos da reunião. “Sobre temas da alçada do governo, quem tem de falar são as autoridades do governo”, declarou. (Com informações da Agência Estado)