Governo não estuda medida para reduzir preço da gasolina, diz Padilha
Segundo o ministro da Casa Civil, Planalto avalia atualmente apenas a diminuição do preço do diesel, reivindicada pelos caminhoneiros
atualizado
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O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou na noite desta quarta-feira (23/5) que o governo federal não estuda nenhuma medida para reduzir do preço da gasolina. Segundo Padilha, as alternativas propostas pelo Palácio do Planalto dizem respeito apenas ao valor do óleo diesel, principal reivindicação dos caminhoneiros que mantém, desde segunda (22), paralisação de serviços em 22 estados e no Distrito Federal.
“O governo não estuda no momento nenhuma medida em relação à gasolina. A reunião [com a categoria] teve como objetivo cuidar do óleo diesel e da cobrança ou não do terceiro eixo”, afirmou o ministro em entrevista coletiva concedida após a reunião na tarde desta quarta (23) entre representantes do Planalto e dos caminhoneiros. Na ocasião, segundo entidades da categoria, o Executivo não apresentou nenhuma nova proposta e pediu um prazo de 24 horas para indicar um novo posicionamento.A gasolina é alvo de sucessivos reajustes de preço desde dezembro de 2017. De lá para cá, o aumento já chegou a um acumulado de 3,85%, segundo a Petrobras. No Distrito Federal, o valor do litro chega a R$ 4,78, enquanto a média é de R$ 4,24.
Ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun atribuiu a disparada do preço da gasolina a uma “excepcionalidade” do mercado estrangeiro. Desde julho de 2017, a Petrobras adotou uma nova política de preços. Com o método, os valores dos combustíveis são reajustados diariamente com base no custo do barril do petróleo e nas variações cambiais. “Suas soluções podem ser pensadas também em seis meses para que possa ser avaliada nesse contexto da situação internacional”, projetou o político.
PIS/Cofins
Padilha também informou que o governo estuda a redução da metade da alíquota do imposto PIS/Cofins sobre o preço do diesel. O ministro afirmou, contudo, que, para que o tributo seja removido, a equipe econômica precisa indicar uma fonte alternativa da renda.
Segundo o governo, a reoneração da folha, acordada entre Planalto e Congresso, não é suficiente para sustentar a medida. “Temos que ter valores mais significativos para essa compensação. Os nossos cálculos não sinalizam nesse sentido. Nesse momento, estamos realizando estudos pra verificar da onde tiraríamos”, disse.
A discussão da carga tributária sobre os combustíveis foi alvo de comentário do ex-ministro da Fazenda e pré-candidato à Presidência da República, Henrique Meirelles, durante a Marcha dos Prefeitos, nesta quarta (23). “É problema importante, sério. Agora, o efeito na população, na economia, tem de ser enfrentado. Há de se discutir a questão da carga tributária. Mas eu não vou falar aos meus colegas que estão lá, já que saí [do governo], o que fazer”, afirmou.