Governo federal inclui EBC e Eletrobras no plano de privatizações
O Ministério da Economia também anunciou que foi concluída a primeira fase dos estudos para a privatização dos Correios
atualizado
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O governo informou nesta terça-feira (16/3) que a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a Eletrobras acabaram de ser incluídas no Plano Nacional de Desestatização (PND). Junto com a notícia, o Ministério da Economia anunciou que foi concluída a primeira fase dos estudos para a privatização dos Correios.
O Conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (CPPI) se reuniu na tarde desta terça com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, em reunião extraordinária para discutir esses assuntos.
Com a estatização da EBC, o governo afirma que poderão ser retirados R$ 400 milhões das despesas públicas. No entanto, isso não significa que a venda da empresa está garantida. A secretária especial do PPI, Martha Seillier, explicou que a inclusão da EBC no Plano Nacional de Desestatização é apenas uma das etapas do processo. “Nesta fase, vamos estudar os prós e contras da privatização”, afirmou.
No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Fábio Faria chegaram a dizer que a empresa não seria privatizada, mas “enxugada”. Na época, Faria também afirmou que a empresa registrava por ano um prejuízo de R$ 550 milhões. Em carta aberta à sociedade, entretanto, a Frente em Defesa da EBC e da Comunicação Pública contrariou o ministro. “A EBC é uma empresa pública dependente, e não autossuficiente como Correios ou Banco do Brasil. Embora ela consiga arrecadar recursos com patrocínios e prestação de serviços, suas fontes de financiamento não servem e nunca servirão para torná-la autônoma”, ponderou a Frente.
Apesar da movimentação do governo a favor da agenda de privatização, economistas ouvidos pelo Metrópoles acreditam que a pauta ainda demorará para ser efetivada.
“Essa ideologia pró-privatização, acredito que seja uma convicção do ministro da Economia (Paulo Guedes), não do presidente. Nunca ouvi Bolsonaro falar de privatização e das vantagens disso, em comparação com as empresas públicas”, afirmou o ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério de Planejamento, o economista Raul Velloso.
A economista e ex-diretora do BNDES Elena Landau foi além e disse que a desestatização dos Correios é um mito. “A agenda de privatização não existe. O programa de privatização da Eletrobras e Correios é um mito. Guedes achou que ia transformar Bolsonaro, mas toda vida o presidente foi contra a privatização. Por que ia mudar agora?”, questionou.