Governo espera PIB do 2º trimestre ainda pior com isolamento social
O índice caiu 1,5% nos três primeiros meses deste ano quando comparado com o período anterior, segundo o IBGE
atualizado
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O Ministério da Economia culpou o isolamento social, medida para controle da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, pelo resultado do Produto Interno Bruto (PIB). O índice caiu 1,5% no primeiro trimestre deste ano quando comparado com os últimos três meses de 2019.
Em valores correntes, o PIB — a soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil — chegou a R$ 1,8 trilhão. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (29/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pasta faz um alerta: “O resultado econômico da atividade no segundo trimestre será ainda pior. As consequências são nefastas para a população, com aumento do desemprego, da falência das empresas e da pobreza”, adianta, em nota.
O governo admitiu que o resultado negativo da atividade econômica no primeiro trimestre era esperado. “Lamentavelmente [o resultado] coloca fim à recuperação econômica em curso desde o começo de 2017. Os impactos iniciais da pandemia na economia a partir de março deste ano reverteram os bons indicadores de emprego, arrecadação e atividade do primeiro bimestre, levando a variação do PIB para o terreno negativo”, frisa.
Segundo o ministério, os efeitos da paralisação das atividades a partir da segunda quinzena de março devido à pandemia de Covid-19 já se refletem nesta divulgação. Cerca de um sexto do trimestre foi afetado — última quinzena do mês de março.
“Passada a pandemia, o país terá que enfrentar quatro grandes desafios: o desemprego, o aumento da pobreza, o grande número de falências e a necessidade de um mercado de crédito mais eficiente. Dessa forma, se faz premente a continuidade das reformas estruturais findo esse período”, destaca o texto.
A equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acredita que a retomada da agenda de consolidação fiscal é uma condição necessária para a “rápida” recuperação. Em especial, a manutenção do teto de gastos, que para eles, “constitui um pilar fundamental neste processo”.
“A crise também coloca em evidência a necessidade de implementar um conjunto amplo de reformas pró-mercado. Entre elas, destacamos: aprovação do novo marco regulatório do saneamento básico e do setor de gás natural, abertura comercial, reforma tributária e agenda de concessões e privatizações”, salienta.
“Para combater e amenizar o sofrimento dos brasileiros é necessário que as reformas estruturais continuem através de uma legislação mais moderna de emprego, com o fortalecimento das políticas sociais [com transferência de recursos de programas sociais ineficientes para os mais eficientes e de comprovado efeito no combate à pobreza], com o aprimoramento da legislação de falências e a modernização e desburocratização do mercado de crédito, de capitais e de garantias.