metropoles.com

Governo e Congresso fazem lista com novas propostas para o Renda Cidadã

Presidente, ministros e parlamentares voltaram a discutir medidas para abrir espaço de R$ 45,4 bilhões no Orçamento

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
Brasília(DF), 06/10/2015 - Notas de dinheiro - Real é a moeda usado no Brasil - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles
1 de 1 Brasília(DF), 06/10/2015 - Notas de dinheiro - Real é a moeda usado no Brasil - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O governo e o Congresso colocaram no radar uma lista de medidas de ajuste que podem abrir um espaço no Orçamento para bancar a ampliação do Bolsa Família por meio do novo Renda Cidadã.

As propostas fizeram parte do cardápio de um jantar na noite dessa segunda-feira (5/10), com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, e dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O objetivo é tentar encontrar uma solução para o programa social sem furar o teto de gastos, regra que limita o avanço das despesas à inflação.

O foco das medidas é o ajuste nas despesas, como penduricalhos dos altos salários, mas também medidas na área tributária para aumentar a arrecadação, como por exemplo, taxação de dividendos, corte de isenções do Imposto de Renda da Pessoa Física. A estratégia é fazer uma ponte com a reforma tributária.

5 imagens
Depois de uma série de atritos e agressões verbais, Maia e Guedes erguem a bandeira branca
Depois de uma série de atritos e agressões verbais, Maia e Guedes erguem a bandeira branca
Depois de uma série de atritos e agressões verbais, Maia e Guedes erguem a bandeira branca
Depois de uma série de atritos e agressões verbais, Maia e Guedes erguem a bandeira branca
1 de 5

Depois de uma série de atritos e agressões verbais, Maia e Guedes erguem a bandeira branca

Myke Sena/Especial Metropoles
2 de 5

Depois de uma série de atritos e agressões verbais, Maia e Guedes erguem a bandeira branca

Myke Sena/Especial Metropoles
3 de 5

Depois de uma série de atritos e agressões verbais, Maia e Guedes erguem a bandeira branca

Myke Sena/Especial Metropoles
4 de 5

Depois de uma série de atritos e agressões verbais, Maia e Guedes erguem a bandeira branca

Myke Sena/Especial Metropoles
5 de 5

Depois de uma série de atritos e agressões verbais, Maia e Guedes erguem a bandeira branca

Myke Sena/Especial Metropoles

O jantar e as discussões buscaram também uma reaproximação entre Guedes e o Congresso para mostrar coesão em torno da agenda de responsabilidade fiscal, que passou a ser vista com desconfiança diante do racha dentro do próprio governo sobre flexibilizar ou não o teto de gastos para acomodar o Renda Cidadã.

Desentendimentos

Ao longo de todo o dia, integrantes do governo procuraram apaziguar os ânimos após os desentendimentos entre Guedes e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, na última sexta (2/10). O presidente Jair Bolsonaro tomou café da manhã no Palácio da Alvorada com Maia, Marinho, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e o relator da proposta que criará o Renda Cidadã, senador Márcio Bittar (MDB-AC).

Segundo apurou a reportagem, o presidente da Câmara reforçou a necessidade de cortar despesas e insistiu na manutenção do teto de gastos, dizendo que não é possível encontrar “fórmula mágica” para o novo programa. Maia defende a regulamentação dos chamados gatilhos, medidas de corte de despesas para manter teto sem mudanças.

Em seguida, Bittar foi ao Ministério da Economia e saiu de lá ao lado de Guedes, prometendo respeitar o teto de gastos na criação do Renda Cidadã.

Porém, uma hora e meia depois de afirmar que qualquer demanda relacionada ao Renda Cidadã terá de passar pelo “carimbo” do ministro da Economia, Paulo Guedes, o senador voltou a se reunir com Marinho para discutir detalhes da proposta, segundo duas fontes do governo ouvidas pela reportagem. O encontro não estava na agenda oficial.

Um dos patrocinadores do encontro entre Maia e Guedes, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) usou o Twitter para defender a necessidade de combater altos salários do funcionalismo e uma tributação maior para remuneração acima de R$ 50 mil como fontes de receitas para o novo programa.

Medidas

A lista de medidas que circula no governo é ainda maior. A mais significativa é a proposta que transfere a responsabilidade pelo pagamento do auxílio-doença ao empregador, que por sua vez abateria o valor da contribuição paga ao INSS.

Hoje, o pagamento é feito pelo INSS quando o período de afastamento é superior a 15 dias. A mudança, já cogitada no passado pelo Congresso, pode liberar R$ 18,4 bilhões dentro do teto, segundo cálculos obtidos pelo Estadão.

Outra proposta é elevar o tempo mínimo que o empregado com carteira assinada precisa trabalhar para ter direito ao abono salarial (espécie de 14º salário pago a quem ganha até R$ 2.090). O trabalhador tem direito a um valor proporcional do abono a partir de um mês trabalhado com carteira assinada no ano.

A cada mês, o valor do abono é acrescido na proporção de 1/12 avos do salário mínimo. A sugestão é elevar essa “carência” a um período mínimo de seis meses. O impacto seria de até R$ 12 bilhões.

Também estão na lista de propostas uma mudança na regra do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, concedendo acesso a quem tem renda de até R$ 280 por pessoa, com análise também de condições de miserabilidade e vulnerabilidade (economia de R$ 3,9 bilhões) e uma revisão na regra de permanência no Bolsa Família, com proibição de acúmulo com outros benefícios sociais (impacto de R$ 4,3 bilhões).

Outras sugestões são a redução de penduricalhos e a regulamentação do teto remuneratório para servidores (com economia de R$ 2,2 bilhões), liberação de recursos do FGTS em parcelas antes de o trabalhador demitido acessar o seguro-desemprego (impacto de R$ 3,1 bilhões) e revisão no seguro-defeso (economia de R$ 1,5 bilhão).

“A sustentabilidade do teto de gastos exige uma revisão continuada das despesas, aperfeiçoando a qualidade do gasto público”, defendeu Arnaldo Lima, ex-assessor especial do Ministério do Planejamento e hoje diretor de Estratégias Públicas da MAG Seguros.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?