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Governo deve fechar 2022 com rombo de R$ 106,2 bi, diz órgão do Senado

A avaliação é da IFI. Segundo o órgão, a razão para isso é a aprovação da PEC dos Precatórios, que abriu espaço para o furo do teto

atualizado

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O crescimento da economia foi negativo nos últimos dois trimestres
1 de 1 O crescimento da economia foi negativo nos últimos dois trimestres - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado divulgou, nesta quarta-feira (19/1), o Relatório de Acompanhamento Fiscal de janeiro. De acordo com o órgão, o governo federal deve fechar 2022 no negativo com um déficit primário de R$ 106,2 bilhões.

A razão para isso é a aprovação da PEC dos Precatórios, que abriu espaço para grandes gastos.  O documento também destaca como motivo uma desaceleração na atividade econômica em comparação com as altas de 2021, o que deve afetar as receitas do governo.

Além desses fatores, “o Orçamento 2022 já nasceu com pressões por ajustes”, avalia o relatório. “No Executivo, há um excesso de despesas em relação ao teto de gastos no valor de R$ 1,8 bilhão, o qual deverá ser corrigido apenas em 2023. Nos demais Poderes, os gastos não acompanharam a elevação dos limites e deverão sofrer reajustes no decorrer do ano”, detalha a instituição.

As novas despesas permanentes devem surgir, ainda, com um eventual reajuste dos salários do funcionalismo, diante de um movimento de insatisfação dos servidores públicos federais. Eles reivindicam reajuste de até 28%.

Dentre os insatisfeitos, estão analistas do Banco Central, que possuem salário inicial de R$ 19,1 mil, e servidores da Receita Federal, cujos salários básicos variam entre R$ 21 mil e R$ 27,3 mil.

Há também, no entanto, professores públicos federais engrossando a luta, os quais têm um salário médio de R$ 3,8 mil.

PIB

Para a IFI, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 0,3% em 2022, segundo a média das previsões divulgadas pelo Boletim Focus do Banco Central, enquanto a perspectiva de crescimento de 2021 ficou em 4,5%. O resultado será divulgado nas próximas semanas.

“A forte desaceleração do crescimento do PIB se deve ao desempenho fraco da economia no último trimestre do ano passado e ao efeito do aumento da taxa básica de juros sobre a demanda agregada”, argumenta o órgão.

Além disso, a terceira onda da Covid-19 e os efeitos do aumento da taxa básica de juros dos Estados Unidos sobre os preços dos ativos financeiros adicionam incertezas sobre a perspectiva de crescimento da economia brasileira.

Inflação e taxa de juros

A inflação ao consumidor fechou 2021 em 10,1%. Para este ano, a expectativa da instituição para a inflação é de 5,2%, acima das previsões registradas nos últimos dois meses e da meta de 3,5%.

Já a taxa básica de juros (Selic), que encerrou o ano em 9,25%, deve alcançar 11,75% a.a. até o fim de 2022, segundo a mediana das expectativas de mercado. A IFI, por sua vez, projeta a Selic em 11,25%, conforme o cenário base veiculado em dezembro.

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