Governo descumpre promessa e não antecipará 2ª parcela do auxílio
Ministério da Cidadania alega que faltam recursos e que será necessário crédito suplementar para poder atender a todos os beneficiários
atualizado
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Em recuo anunciado através de nota do Ministério da Cidadania na noite desta quarta-feira (22/04), o governo não vai mais antecipar para esta quinta-feira (23/04) o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600, benefício concedido pelo governo em meio à pandemia do novo coronavírus. O motivo: falta dinheiro e será necessário um crédito suplementar para poder atender a todos os beneficiários.
No comunicado, a pasta ressalta que, junto com a Caixa, havia de fato manifestado o desejo de antecipar o pagamento da segunda parcela.
“No entanto, devido ao alto número de informais cadastrados e a determinação do governo em não deixar ninguém para trás, todas as expectativas foram superadas e tornou-se imperativo solicitar crédito suplementar para poder completar o atendimento a todos”, diz a nota.
As intiuições destacam que o recurso disponível para cada uma das três parcelas é de R$ 32,7 bilhões. Já foram transferidos R$ 31,3 bilhões e ainda serão avaliados cerca de 12 milhões de cadastros para a primeira parcela.
O anúncio
A antecipação do benefício foi anunciada na segunda-feira (20/04) pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Ele também considerou a possibilidade de fazer o mesmo com a terceira parcela, marcada para maio.
Ou seja: quem antes receberia apenas na próxima semana, passaria a ter o dinheiro disponível a partir desta quinta. Com o recuo, porém, o governo ficou de anunciar o calendário de pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial no mês de maio.
“Recebemos uma recomendação da Controladoria Geral da União (CGU) a este respeito. O governo Bolsonaro tem como marca a responsabilidade fiscal e o cumprimento de todas as normas legais. Por essa razão, o Ministério da Cidadania produziu nesta data uma nota técnica e já solicitou ao Ministério da Economia a previsão para uma suplementação orçamentaria o mais rápido possível”, ressalta a nota da Cidadania.
“Em virtude disso, por fatores legais e orçamentários, pelo alto número de requerentes que ainda estão em análise, estamos impedidos legalmente de fazer a antecipação da segunda parcela do auxílio emergencial”, encerra.