Governo cogita usar BNDES para gerir privatizações
Uma hipótese é subordinar o banco à Secretaria de Desestatização. Alteração, no entanto, precisa ser aprovada pelo Congresso
atualizado
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Com a saída de Joaquim Levy da presidência do BNDES após ser duramente criticado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), o governo cogita mudanças para o banco. Uma das hipóteses é que a instituição seja assumida pelo secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, e, com ele, seja transferida para o BNDES parte das atribuições da secretaria.
BNDES já tem papel auxiliar em privatizações do governo e foi, por exemplo, responsável por estruturar projetos de desestatização das distribuidoras do sistema. De acordo com fontes da equipe econômica, uma das ideias aventadas é que o BNDES passe a ser o responsável por tocar as privatizações do governo.
A avaliação é de que, com a redução do tamanho do banco na concessão de crédito, o órgão perdeu a relevância que tinha em governos anteriores para o fomento da economia e poderia, assim, assumir também outras funções, como a de gerir privatizações.
A dificuldade, porém, é que a mudança dependeria de alterações legais, que teriam que passar pelo Congresso em um momento de desgaste entre Executivo e Legislativo. O BNDES já tem papel auxiliar em privatizações do governo e foi, por exemplo, responsável por estruturar projetos de desestatização das distribuidoras do sistema Eletrobras.
A discussão ainda é preliminar e o martelo não foi batido. Além de Mattar, são cotados para assumir o BNDES, Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central que assumiu a presidência do conselho do BNDES neste ano; Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do banco, e Solange Vieira, funcionária de carreira do BNDES e atual presidente da Superintendência de Seguros Privados (Susep).