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Goldfajn: país deve seguir com reformas, principalmente da Previdência

Declaração foi dada pelo atual presidente do Banco Central, durante apresentação em Genebra (Suíça)

atualizado

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MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
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1 de 1 ilan-goldfajn - Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Prestes a deixar o cargo, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta terça-feira (15/1), durante apresentação em Genebra, na Suíça, que o Brasil precisa continuar com os ajustes e reformas, especialmente a da Previdência, para assegurar a confiança dos agentes na sustentabilidade fiscal e conseguir maior crescimento. A apresentação foi publicada pela instituição nesta terça na internet.

Ilan reforçou em seu discurso que o Brasil fez progressos recentes na agenda de reformas, incluindo a trabalhista e a instituição de um teto para a alta dos gastos públicos, além da Agenda BC+ – conjunto de medidas para melhorar a eficiência do sistema financeiro.

Ao falar do caso brasileiro, Ilan destacou no discurso o foco no sistema de meta de inflação e afirmou que a política monetária não deve reagir para estabilizar a taxa de câmbio “per se”. O Brasil, disse ele, tem “amortecedores” para resistir a choques, entre eles, o nível robusto de reservas internacionais, um regime de câmbio flutuante e um robusto balanço de pagamentos, além de inflação baixa e expectativas ancoradas para os índices de preços.

Na parte inicial da apresentação, ao falar de mercados emergentes como um todo, Ilan afirmou que estas economias precisam seguir avançando na agenda de reformas estruturais com o objetivo de melhorar os fundamentos e aumentar o nível de resistência das economias. “Os amortecedores devem ajudar a suavizar o processo de ajuste”, afirmou o presidente do BC.

“A política monetária é desafiadora nos mercados emergentes”, disse ele, destacando que a política fiscal está frequentemente sob escrutínio dos agentes e os BCs precisam constantemente fortalecer a credibilidade. No geral, os emergentes têm experimentado maior instabilidade macroeconômica que os países desenvolvidos, sendo vulneráveis a “paradas repentinas” e choques de maior magnitude. “A liquidez reduzida pode produzir contágio”, afirmou ele.

Como reflexo, as moedas dos emergentes têm tido maior volatilidade, assim como a inflação e o Produto Interno Bruto (PIB) destes mercados.

Aversão ao risco
Sobre os efeitos recentes nos emergentes, Ilan mencionou o aumento da aversão ao risco no mercado financeiro mundial em meio a temores de desaceleração da economia do planeta e incertezas sobre disputas comerciais, além de dúvidas sobre o processo de normalização da política monetária nos países desenvolvidos.

Cada país foi afetado de forma diferente, disse o presidente do BC, destacando que o impacto dependeu da situação das contas externas, da política fiscal e do nível de autonomia do BC.

Ilan Goldfajn fez palestra nesta terça na “City Lecture”, em evento organizado na Suíça pelo Centro Internacional de Estudos Monetários e Bancários, em Genebra.

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