Gestores de investimento registram “sangria” de fundos no pós-eleição
Em novembro, os fundos perderam cerca de R$ 25 bilhões, um resultado 40 vezes pior que o registrado no mesmo mês do ano passado
atualizado
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Novembro foi um mês de ressaca para o setor de fundos de investimento. Segundo levantamento feito pela plataforma de dados financeiro Quantum Axis, a maioria dos gestores de recursos terminou o mês com o balanço no negativo – ou seja, seus clientes fizeram mais resgates do que aportes de dinheiro.
Das 769 gestoras atuando no mercado local, 344 registraram captação negativa e 303 conseguiram manter um saldo positivo. As 122 restantes andaram de lado, sem ganhos ou perdas.
Por definição, uma gestora de recursos é uma empresa especializada em administrar o dinheiro de investidores. Para isso, ela constitui uma carteira de ativos em um fundo de investimento e distribui “pedaços” (chamados de cotas) desse fundo ao mercado. O investidor que compra uma fração se torna cotista do fundo.
O levantamento revela um fluxo de saída de investidores, em razão do cenário mais adverso para a economia. Em novembro, os fundos perderam cerca de R$ 25 bilhões, um resultado 40 vezes pior que o registrado no mesmo mês do ano passado.
Segundo a Quantum, “a turbulência no mercado financeiro se intensificou por conta da preocupação sobre os riscos ficais no país – isto é, as discussões sobre a PEC de Transição e o teto de gastos públicos”.
A sinalização de um próximo governo mais gastador piorou as projeções de inflação e juros, além de ter derrubado a Bolsa de Valores em 3% em novembro. A combinação de aumento de risco e de piora no cenário econômico incentivou os investidores a resgatar os recursos aplicados nos fundos.