Galípolo: todo Banco Central terá de lidar com a transição climática
Segundo Galípolo, os maiores BCs do mundo divergem sobre o quanto da transição climática deveria ser incorporada ao mandato dos bancos
atualizado
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O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou, nesta terça-feira (8/10), que todos os bancos centrais terão de lidar com a transição climática.
Galípolo disse que a transição climática “tem impacto na economia e tem impacto nos preços”. Segundo ele, esse é um tema que até mesmo os maiores bancos centrais do mundo têm divergência “do quanto isso deveria ser incorporado no mandato do Banco Central ou não”.
A declaração foi dada durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, que avalia se Galípolo será o próximo presidente do BC.
O sabatinado também lembrou que os bancos centrais precisam, a partir de agora, relacionar as projeções econômicas e climáticas nas estimativas de política monetária.
“As projeções sobre o que vai acontecer com a economia já são bastante complexas de serem feitas. Agora, a gente tem de adicionar também as projeções climáticas junto com as projeções econômicas, o que dá uma certa exponencialidade nas dificuldades das previsões”, explicou.
Galípolo frisou que o BC do Brasil é um dos “mais atentos ao tema [da transição climática]” e tem tentado colaborar com outros Bancos Centrais e com o próprio governo.
De acordo com o diretor do BC, o Brasil tem a oportunidade de se firmar como um polo. Para ele, isso seria possível porque o país tem segurança alimentar e energética capaz de garantir a transição com “custo muito menor”.