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Fundos brasileiros que investem em criptomoedas caem até 70% no ano

Segundo levantamento feito pela Quantum Finance, crise da FTX e do mercado cripto também pegou o bolso de cotistas de fundos brasileiros

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Os fundos brasileiros que investem em criptomoedas estão amargando uma profunda crise. Desde a falência da FTX, a segunda maior corretora global de cripto, as cotações do bitcoin e do ethereum, os dois principais ativos da categoria, bateram os menores níveis em dois anos.

A consequência disso foi uma queda de até 70% no valor dos fundos de investimento em criptoativos. Segundo um levantamento da consultoria de dados Quantum Finance, os cinco maiores fundos cripto brasileiro acumulam perdas entre 66% e 70% desde janeiro de 2022.

Na prática, isso significa que um investidor que aplicou R$ 100 nesses fundos no início do ano tem, agora, apenas R$ 30 em cotas. Trata-se de uma destruição de valor que levará tempo para ser recuperada.

Veja abaixo a lista deles:

  • QR CME Ether, da gestora QR Asset: -70,45%;
  • Hashdex Nasdaq Crypto Index, da gestora Hashdex: -69,06%
  • Hashdex Nasdq Ethereum, da gestora Hashdex: -68,87%
  • QR CME Bitcoin, da gestora QR Asset: -68,42%
  • Hashdex Nasdaq Bitcoin, da gestora Hashdex: -66,44%

A maior parte dos fundos de criptoativos brasileiros são ETFs, sigla para a expressão em inglês Exchange Traded Fund.

Tais fundos foram criados para ser um espelho brasileiro de índices de ativos negociados no exterior, como é o caso do Hashdex Crypto Index, que replica um índice da bolsa de Nova York que acompanha os preços de criptoativos.

Segundo um levantamento do banco Morgan Stanley, o ETF da Hashdex chegou a ser o terceiro produto ligado a criptoativos com maior entrada de recursos do mundo, mas a crise do setor fez com que o patrimônio administrado pelo fundo caísse de R$ 2 bilhões para R$ 952 milhões.

Isso ocorreu por dois motivos: primeiro porque muitos investidores resgataram o dinheiro assim que viram o valor da cota depreciar, e, segundo, pela própria queda nos preços das principais criptomoedas. O bitcoin e o ethereum acumulam desvalorização de 65% no ano.

Por que as criptomoedas estão caindo?

Na primeira semana de novembro, a segunda maior comercializadora de criptoativos do mundo, a FTX, foi alvo de uma reportagem do portal especializado CoinDesk que mostrava uma situação financeira delicada do grupo que engloba a corretora.

O balanço patrimonial do grupo Alameda (do qual a FTX faz parte) tinha 75% de ativos não líquidos. Ou seja, que não podem ser vendidos tão rapidamente.

Os outros 25% eram compostos pelo token FTT, uma espécie de criptoativo emitido pela própria FTX. Sendo assim, ficou evidente que, na necessidade de empenho de liquidez, o grupo teria que vender uma boa quantidade de tokens no mercado, o que derrubaria a cotação do ativo.

Quando a crise estourou, os investidores correram para resgatar seus tokens, as cotações despencaram e o ativo virou fumaça, deixando até um milhão de pessoas no prejuízo.

O evento gerou uma crise de confiança no mercado de criptomoedas, e isso tem afetado também as cotações de ativos que não estão relacionados ao problema da corretora FTX. Na visão do mercado, o problema com os tokens da corretora são um atestado da falta de confiabilidade e de transparência na negociação de ativos digitais.

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