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Funcionários apontam “fogo amigo” de Levy contra o BNDES

Críticas aos controles de corrupção, feitas pelo presidente do banco na sexta-feira (15/3), repercutiram mal entre a equipe

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BNDES terá ações emergenciais para estados, municípios e DF no valor de R$ 4,3 bilhões
1 de 1 BNDES terá ações emergenciais para estados, municípios e DF no valor de R$ 4,3 bilhões - Foto: Divulgação

Grupos formados por funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nas redes sociais vêm registrando insatisfação com o presidente da instituição, Joaquim Levy, por causa da reação à denúncia do Ministério Público Federal (MPF) na Operação Bullish, apresentada na quinta-feira passada (14/3). Na sexta-feira (15), durante um evento no Rio, Levy disse que só em 2016 o banco criou uma área de verificação do cumprimento de normas e leis (compliance) e que, por isso, não se surpreendia com o fato de terem acontecido “coisas esquisitas”.

A Operação Bullish, da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria da República do Distrito Federal, foi deflagrada em maio de 2017. À época, funcionários do BNDES criticaram a posição da diretoria em relação às investigações – cerca de 40 funcionários do banco foram levados a depor por condução coercitiva. Dias depois, a então presidente do banco, Maria Silvia Bastos Marques, disse que já vinha tendo atritos com os funcionários e pediu demissão.

A denúncia acusa 11 pessoas, entre elas os ex-ministros Guido Mantega e Antônio Palocci e o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho. Os demais denunciados são operadores financeiros e cinco técnicos do banco – três já estão aposentados. No documento, o MPF cobra um total de R$ 5,5 bilhões dos denunciados, sendo R$ 1,8 bilhão pelo suposto prejuízo causado ao banco público e outros R$ 3,7 bilhões como reparação de danos.

As reações de servidores ao comentário de Levy começaram já na sexta-feira. Em um grupo fechado no Facebook, a posição foi classificada de “fogo amigo”. Outros lembraram que o BNDES manteria atividades de controladoria interna desde 2001. Essas atividades teriam sido absorvidas pela Área de Gestão de Riscos (AGR), criada em 2007, conforme o site da instituição.

Em 2016, são situadas oito ações, como a criação de um “programa de integridade”, a revisão do Código de Ética interno e a criação de uma “política de compliance”. Conforme a linha do tempo, na ocasião foi criada uma “unidade dedicada a compliance” na AGR.

Já a nota divulgada pelo BNDES na noite de quinta também foi alvo de críticas. Uma versão do texto – acompanhada da observação de que teria sido vetada por Levy. Fontes que acompanharam o processo confirmaram que houve um rascunho inicial da nota oficial. Procurada, a assessoria de imprensa do BNDES não se pronunciou sobre o assunto.

Na sexta, funcionários do banco de fomento se reuniram, de tarde, num ato de protesto contra a denúncia do MPF. Segundo a AFBNDES, associação que representa os funcionários e convocou o protesto, cerca de 600 pessoas participaram do ato.

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