“Freio de mão puxado”, diz Paulo Guedes sobre taxa Selic em 2022
Segundo o ministro, governo prefere adotar o “equilíbrio” fiscal e um crescimento moderado para conter inflação
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a ressaltar que a taxa básica de juros, Selic, deste ano é “freio de mão puxado”, mas estimou que o produto interno bruto (PIB) do país irá crescer até 4%. A afirmação foi feita durante um evento com empresários em Salvador, Bahia.
A declaração sobre o “freio de mão” em referência à taxa básica de juros, atualmente em 13,75%, não é nova. De acordo com o ministro, o governo planeja afrouxar a política monetária do país no próximo ano.
“A Selic neste ano é [com o] freio de mão puxado. Preferimos crescer mais moderado, mas com equilíbrio fiscal. O fiscal está forte, a política monetária é a mesma coisa. Com o freio de mão puxado, vamos crescer 3,5% a 4% [do PIB]”, disse o ministro.
Em clima de eleições, Guedes também provocou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o evento, ao questionar as perspectivas de crescimento do país se o petista for eleito. “Como o Brasil não vai crescer? Só não cresce se a gente colocar lá um saci-pererê, que só pula com a perninha esquerda”, afirmou, arrancando risos da plateia composta por empresários.
O ministro também acusou a oposição de fazer militância contra o governo federal. “Nosso governo foi atacado de manhã, de tarde e de noite, três anos e meio. É a crise de abstenção de quem não está no poder, depois de 30 anos no poder”, disparou.
Fim do IPI
O chefe da Economia também disse que Jair Bolsonaro (PL) pretende extinguir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), caso se reeleja. “O IPI é [um] imposto [de] desindustrialização em massa”, criticou.
Neste ano, o governo promoveu reduções tributárias significativas e cortou 35% nas alíquotas do imposto. Porém, o ministro não citou a delicada questão da Zona Franca da Manaus (ZFM), que levou a imbróglios com a bancada do estado no Congresso Nacional.
Para extinguir o IPI, o governo cogita que a Amazônia sobreviva de crédito verde, alegando que as regiões amazônicas são uma “Arábia Saudita” em créditos de carbono.