Focus: primeiro relatório prevê inflação a 4,99% e juros a 15% em 2025
Analistas do mercado financeiro apertaram as projeções da inflação e taxa de juros. Por outro lado, eles subiram a estimativa do PIB de 2025
atualizado
Compartilhar notícia
O mercado financeiro projeta uma guinada na inflação e na taxa básica de juros do país neste ano. Por outro lado, os economistas aumentaram as estimativas para o crescimento do Brasil em 2025.
É o que diz o primeiro relatório Focus de 2025, divulgado nesta segunda-feira (6/1) pelo Banco Central (BC). As projeções são frutos da análise de mais de 100 especialistas do mercado financeiro, consultados semanalmente no levantamento do BC.
Inflação
Para os analistas financeiros, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficará bem próximo aos 5% em 2025. A estimativa passou de 4,96%, na semana passada, para 4,99%.
A projeção para 2024 recuou de 4,90% para 4,89% — mesmo com a leve queda, o valor segue acima do teto da meta de inflação, que é de 4,5%, com variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (4,5% e 1,5%).
Atualmente, o IPCA está em 4,87% no acumulado de 12 meses até novembro. A próxima divulgação oficial da inflação, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está prevista para ocorrer nesta sexta-feira (10/1).
Caso a meta seja descumprida, o Banco Central precisa divulgar uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões para o estouro. Isso porque a autoridade monetária é que faz o controle da inflação, por meio da taxa básica de juros, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias.
Taxa de juros
O mercado financeiro também passou a prever um aumento maior para a taxa básica de juros, a Selic, para o fim deste ano. A estimativa dos economistas passou de 14,75% ao ano para 15% ao ano.
- Para 2026, os analistas projetam que a Selic chegará a 12% ao ano.
- Enquanto para o ano de 2027, a previsão da taxa de juros continua em 10% ao ano.
A alta esperada para o começo de 2025 é de 1 ponto percentual. Ou seja, para o mercado, a Selic subirá dos atuais 12,25% ao ano para 13,25% ao ano já em janeiro, quando o Comitê de Política Monetária se reúne pela primeira vez no ano.
A reunião do Copom está marcada para os dias 28 e 29 de janeiro.
PIB
A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi revisada para cima, indo de 2,01% para 2,02% em 2025. Para os anos de 2026 e 2027, a projeção ficou em 1,80% e 2%, respectivamente.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano. Uma alta significa que a economia está crescendo em um ritmo bom, e uma queda implica encolhimento da produção econômica da nação.
Com isso, a previsão do mercado financeiro para 2025 se aproxima cada vez mais da projeção do Banco Central, que prevê avanço de 2,1% do crescimento do país neste ano.
A estimativa oficial da Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, é de crescimento de 2,5% do PIB.
Outros indicadores
Dólar
No primeiro relatório Focus do ano, o mercado financeiro alterou para cima a previsão da taxa de câmbio (o dólar) para 2025. Já para os próximos dois anos, a estimativa continuou inalterada.
Veja as projeções do mercado para o dólar:
- 2025: o valor passou de R$ 5,96 para R$ 6.
- 2026: a previsão permaneceu em R$ 5,90
- 2027: a projeção ficou em R$ 5,80.
Balança comercial
O saldo da balança comercial (valores do total exportações menos as importações) recuou de US$ 74,29 bilhões para US$ 74,20 bilhões de superávit em 2025, conforme projeção do mercado financeiro.
Para 2024, os analistas projetam que o saldo positivo da balança comercial será de US$ 73,75 bilhões. Os dados consolidados referentes ao ano passado serão divulgados nesta segunda-feira, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Confira as estimativas para os próximos dois anos:
- 2026: a projeção de superávit recuou de US$ 78 bilhões para US$ 77,95 bilhões.
- 2027: a previsão para o saldo positivo da balança comercial ficou em US$ 80 bilhões.