Focus: mercado projeta inflação acima da meta em 2024 e 2025
Para analistas do mercado financeiro, a inflação ficará acima do teto da meta em 2024 e 2025 (4,89% e 4,60%, respectivamente)
atualizado
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O mercado financeiro continua projetando que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficará acima da meta em 2024 e 2025.
A previsão do índice para este ano passou de 4,84%, estimado na semana passada, para 4,89%. Para 2025, a estimativa subiu de 4,59% para 4,60%. Essas projeções indicam que os analistas financeiros continuam prevendo a inflação acima do teto da meta em ambos anos, que é de 4,50%.
É o que mostram os dados do relatório Focus mais recente, divulgado nesta segunda-feira (16/12) pelo Banco Central (BC). As projeções são fruto da análise de mais de 100 especialistas do mercado financeiro, consultados semanalmente no levantamento do BC.
Inflação
Para 2026, a projeção permaneceu inalterada em 4%. Enquanto para o ano de 2027 a previsão passou de 3,58% para 3,66%.
Atualmente, o IPCA está em 4,87% no acumulado de 12 meses até novembro — valor acima do teto da meta. No mês passado, a guinada na inflação foi puxada principalmente pelo aumento no grupo Alimentação e Bebidas (1,55%).
A meta da inflação para 2024 é de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (4,5% e 1,5%). O objetivo foi traçado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelo BC, Ministério da Fazenda e Ministério do Planejamento.
A próxima divulgação oficial do IPCA está prevista para ocorrer em 11 de janeiro.
Taxa de juros
O mercado financeiro também passou a prever um aumento maior para a taxa básica de juros, a Selic, para o fim de 2025 e 2026. Para o próximo ano, a estimativa dos economistas passou de 13,50% ao ano para 14% ao ano.
Para 2026, os analistas projetam que a Selic sairá dos 11% ao ano para 11,25% ao ano. Enquanto para o ano de 2027, a previsão da taxa de juros continua em 10%.
A alta esperada para o começo de 2025 é de 0,75 ponto percentual. Ou seja, para o mercado, a Selic subirá dos atuais 12,25% ao ano para 13% ao ano já em janeiro, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne pela primeira vez no ano.
Na última semana, o Copom decidiu elevar a Selic para 12,25% ao ano — um acréscimo de 1 ponto percentual. Além disso, a diretoria do BC comunicou dois novos aumentos na taxa de juros em 2025.
PIB
A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi revisada, pela quarta semana seguida, indo de 3,39% para 3,42%. As expectativas do mercado para a expansão da economia brasileira estão acima das estimativas feitas pela Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, que prevê alta de 3,3% em 2024.
Para 2025, a previsão dos economistas subiu de 2% para 2,01%. E ficou em 2% para os anos de 2026 e 2027.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano. Uma alta significa que a economia está crescendo em um ritmo bom, e uma queda implica encolhimento da produção econômica da nação.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na última quinta-feira (12/12) que o crescimento do PIB do Brasil será de 3,5% em 2024. A SPE já informou que fará nova revisão na projeção da expansão da economia para o acumulado do ano.
Outros indicativos
Dólar
O mercado financeiro alterou para cima as previsões da taxa de câmbio (o dólar) para os anos de 2024, 2025, 2026 e 2027.
- 2024: a projeção para a taxa de câmbio cresceu de R$ 5,95 para R$ 5,99.
- 2025: o valor passou de R$ 5,77 para R$ 5,85.
- 2026: a previsão subiu de R$ 5,73 para R$ 5,80.
- 2027: o mercado revisou a estimativa de R$ 5,69 para R$ 5,70.
A moeda norte-americana fechou o pregão da última sexta-feira (13/12) cotado a R$ 6,03, mesmo após a intervenção do BC com o leilão de dólar, que vendeu US$ 845 milhões.
Balança comercial
O saldo da balança comercial (valores do total exportações menos as importações) subiu de R$ 74,15 bilhões para R$ 75 bilhões de superávit em 2024, conforme projeção do mercado financeiro.
- Para 2025, o valor caiu de R$ 75,70 bilhões para R$ 74,37 bilhões.
- Para 2026, a projeção de superávit recuou de R$ 78,73 bilhões para R$ 78 bilhões.
- Para 2027, a estimativa para o saldo da balança comercial ficou em R$ 80,83 bilhões.