Focus eleva projeção de inflação pela 11ª vez seguida; Selic sobe a 5%
Relatório de mercado divulgado nesta segunda-feira (22/3) prevê que o IPCA deverá fechar 2021 em 4,71%, acima do centro da meta
atualizado
Compartilhar notícia
O mercado financeiro subiu, pela 11º vez seguida, a projeção sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o indicador oficial da inflação do país.
De acordo com o Relatório de Mercado Focus publicado nesta segunda-feira (22/3) pelo Banco Central (BC), o IPCA deverá fechar 2021 em 4,71%.
Essa previsão da inflação é 0,11 ponto percentual maior se comparada à da semana passada (4,6%) e 0,89 ponto percentual maior em relação há um mês (3,82%).
Na última quarta-feira (17/3), o Ministério da Economia também informou ter alterado a expectativa sobre a inflação do país, que subiu de 3,23% para 4,4% em 2021.
Com isso, o IPCA projetado tem se afastado semana após semana do centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Só nos dois primeiros meses deste ano, o índice já acumula alta de 1,11%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Selic
O Relatório de Mercado Focus também alterou, pela segunda vez consecutiva, a estimativa sobre a taxa básica de juros, a taxa Selic.
Na última semana, a projeção sobre a Selic havia subido de 4% ao ano para 4,5% a.a. em 2021. Agora, essa taxa deverá encerrar em 5%, segundo prevê o mercado financeiro.
A mudança vem logo após o Comitê de Política Monetário (Copom) aumentar, na quarta-feira, a taxa Selic em 0,75 ponto percentual, elevando o índice para 2,75% ao ano.
Essa foi a primeira vez desde 2015 que o índice sofre aumento. A medida busca controlar a inflação, que já chegou a 5,2% em 12 meses.
O Copom também antecipou que, na próxima reunião, vai dar sequência ao “processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude”.
Na avaliação do Comitê, uma estratégia de ajuste mais célere tem como benefício reduzir a probabilidade de não cumprimento da meta para a inflação deste ano.
PIB
Já a projeção do mercado financeiro sobre o Produto Interno Bruto (PIB) se manteve praticamente estável, caindo 0,01 ponto percentual em relação à última semana, de 3,23% para 3,22%. Há quatro semanas, a previsão era de que a economia brasileira subiria 3,29% no ano.
